Segundo a estação pública, o grupo de empresários é encabeçado por Diogo Freitas, dono da fabricante das bolachas belgas de Ponte de Lima. O jornal ECO/+M, explica que o negócio implicará a compra dos títulos, não de nenhuma empresa, com os atuais acionistas minoritários do grupo a assumir uma posição na nova sociedade.
Diogo Freitas, que lidera um grupo de investidores e empresários de Portugal que tinha manifestado interesse em 12 de janeiro em comprar o Jornal de Notícias (JN), O Jogo, JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta do Mundo, assim como a maioria do capital da Sociedade Notícias Direct, bem como a TSF, disse à Lusa que "o acordo está fechado", mas que este "ainda não foi assinado".
O acordo prevê a compra do "JN, TSF e mais aquelas revistas pequenas", conforme o comunicado divulgado no mês passado, acrescentou, sem adiantar mais pormenores.
"Somos um grupo de investidores e empresários de várias geografias de Portugal, com especial predominância para o Norte do país, que temos observado com preocupação os recentes acontecimentos que colocam em causa a estabilidade do GMG, a reputação das suas marcas e o emprego dos seus profissionais", lia-se na proposta de intenção de compra dirigida aos acionistas da Global Media a que a Lusa teve acesso em janeiro.
Nessa proposta, assinada por Diogo Freitas, da Officetotal Food Brands, de Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo, em representação do novo consórcio para a solução da Global Media, este grupo de empresários referia que para contribuir para o futuro e viabilidade financeira das marcas do grupo estava disposto a adquirir o JN, O Jogo, JN História, Notícias Magazine, Evasões e Volta do Mundo, assim como a maioria do capital da Sociedade Notícias Direct e também para ser uma "solução para a rádio TSF".
De acordo com o comunicado da altura, a compra destes títulos tem como pressupostos a criação de uma nova sociedade - para onde serão transferidas as marcas e os seus profissionais - e a cedência de parte do capital a uma cooperativa de jornalistas e demais trabalhadores, salienta a proposta.
Esta solução implica ainda a transferência de todos os profissionais editoriais destas marcas e de um grupo destes que se comprove que estão mais de 50% do seu tempo afetos a essas, sendo a seleção feita em conjunto com as equipas da GMG, adianta.
Este grupo de empresários e investidores garante que na transferência dos contratos será assegurada a antiguidade e direitos dos trabalhadores.
"Estimamos que este movimento poderá corresponder a um universo entre 200 a 250 profissionais", referia o comunicado.
Esta solução pressupõe que a nova sociedade seja detida em maioria ou na totalidade pelos proponentes investidores, num modelo a acordar entre as partes.
"Um princípio de acordo"
Em declarações à RTP, Ivete Carneiro, delegada sindical do Jornal de Notícias, afirmou que até agora "o que nos foi dito foi que havia um princípio de acordo. Não vamos baixar os braços, porque não sabemos qual o nosso futuro. Vamos aguardar pelo início da próxima semana para ver se nos esclarecem todos os pontos. A única coisa que temos é a perspetiva de que nos vão pagar os salários. O resto vem depois e havemos de ver se se concretiza".
Sobre a situação atual, Carneiro afirmou que "até agora o que sabemos é que a tesouraria do grupo está má e que o fundo WOF deveria ter investido mais do que só na compra da participação na empresa. O grupo precisa de liquidez e não a tem".
Segundo a agência Lusa, os acionistas Marco Galinha, Kevin Ho, Mendes Ferreira e José Pedro Soeiro anunciaram que "existe um princípio de entendimento" para encontrar uma solução para a Global Media, afirmam em comunicado assinado pelos quatro, "reiterar que estão, no âmbito das suas responsabilidades, totalmente comprometidos com o futuro do Grupo Global Media".
Adiantam ainda que "existe um princípio de entendimento com vista a encontrar uma solução que assegure os títulos do GMG [Global Media Group] e as condições de trabalho de todos os seus trabalhadores".
*Com Lusa.
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