O secretário-geral da ONU, António Guterres, assegurou em Kiev que é "crucial" prolongar o acordo sobre as exportações de cereais ucraniano alcançado com a Rússia, um pacto vital para o abastecimento mundial de alimentos que termina em 18 de março.
"Gostaria de destacar a importância crucial de estender (o acordo) até 18 de março e criar as condições para aproveitar ao máximo a infraestrutura de exportação", disse.
Além disso, Guterres lembrou que “a soberania, independência, unidade e integridade territorial da Ucrânia devem ser mantidas dentro das suas fronteiras reconhecidas internacionalmente”.
“O nosso objetivo final é igualmente claro, uma paz justa baseada na Carta das Nações Unidas, no direito internacional e na recente resolução da Assembleia Geral”, acrescentou o secretário-geral da ONU.
Guterres destacou que até que seja possível atingir esse objetivo, a ONU continuará os seus esforços para mitigar o impacto do conflito tanto para a população ucraniana como para o resto do mundo.
O líder das Nações Unidas aproveitou para lembrar que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) tem estado mobilizada para salvaguardar a segurança das centrais nucleares da Ucrânia, incluindo Zaporijia, a maior da Europa.
O secretário-geral da ONU defendeu que é possível negociar para conseguir a desmilitarização completa da área destas centrais, bem como o seu regresso ao funcionamento normal, oferecendo-se para mediar essas negociações.
Zelensky usou a sua conta na rede social Telegram para divulgar imagens da receção ao secretário-geral da ONU, referindo-se à importância da visita.
“É muito importante conversarmos em Kiev sobre como restaurar a paz, a segurança internacional e a plena vigência da Carta da ONU, normas que são igualmente importantes para todas as nações do planeta”, escreveu o Presidente ucraniano.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa — justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.173 civis mortos e 13.620 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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