“[António Guterres] faz um apelo a todas as partes para que evitem incitar ainda mais as tensões entre comunidades. Está alarmado com os relatos de ataques aéreos contínuos do exército, incluindo hoje [segunda-feira] na cidade de Minbya, onde muitos civis terão sido mortos e feridos”, afirmou, na segunda-feira, em comunicado, o porta-voz do secretário-geral da ONU Farhan Haq.
O responsável português manifestou preocupação com a expansão do conflito no estado de Rakhine (oeste), que está a provocar deslocações e a “exacerbar vulnerabilidades e discriminações” já existentes, como a detenção e o recrutamento forçado de jovens rohingya, minoria muçulmana perseguida pelas forças armadas, acrescentou na mesma nota.
Neste sentido, Guterres deixou um apelo à comunidade internacional para que preste atenção à crise no país, reforçando as iniciativas regionais de proteção de refugiados, através da partilha de responsabilidades entre os destinos que recebem civis que fogem de Myanmar (antiga Birmânia).
Afirmou que a solução para o conflito passa por exigir a responsabilização pelas “graves violações” do direito internacional e por abordar as causas da “discriminação sistemática”.
Em outubro de 2023, três grupos rebeldes anunciaram uma ofensiva no estado de Shan (leste), tornando-se num dos maiores desafios para a junta militar birmanesa desde o golpe de Estado, em novembro de 2020.
Com o golpe, a junta anulou os resultados das eleições gerais em que a Liga Nacional para a Democracia da então líder “de facto”, a Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, obteve maioria parlamentar.
Os militares argumentaram que houve fraude no processo eleitoral, uma alegação questionada pelos observadores internacionais.
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