Num vídeo da revista americana Time, lado a lado, estão o o Príncipe Harry, Duque de Sussex, e a sua esposa americana, Meghan Markle. Durante uma transmissão especial da estação americana ABC, que revelava a lista de 2020 TIME 100, a lista das 100 pessoas mais influentes do mundo, o casal falou da importância do voto nas presidenciais americanas, marcadas para 3 de novembro.
Tudo aconteceu no National Voter Registration Day, que se celebrou esta terça-feira; um dia dedicado a chamar a atenção para o registo dos cidadãos americanos de forma a poderem votar nas eleições. "Estamos a apenas seis semanas do dia das eleições (...) e todos os anos nos dizem o mesmo: que estas são as eleições mais importantes da nossa vida - mas esta é mesmo", diz Meghan Markle no vídeo.
Meghan explica por que é crucial votar: "Quando votamos, os nossos valores são postos em ação e as nossas vozes são ouvidas". A americana diz que a voz de cada um lembra a importância de cada cidadão, dizendo que as vozes merecem ser ouvidas.
"Não vou poder votar nestas eleições nos Estados Unidos", diz Harry. "E muitos de vocês podem não saber que eu não pude votar no Reino Unido, a minha vida inteira" — por não ter nacionalidade americana e por os membros da família real terem de se manter politicamente neutros —, lembrando que é "vital rejeitar o discurso de ódio, a desinformação e a negatividade online".
Para o casal, a negatividade nas redes sociais, e um pouco por toda a esfera online, gera mais negatividade, que cresce "exponencialmente". "É tempo de não só refletir, mas também agir", diz no início do vídeo.
"Enquanto imaginamos o mundo à nossa volta, vamos desafiar-nos a construir comunidades de compaixão", termina Meghan Markle.
Entrar em território político
Esta tomada de posição quebra o rigoroso protocolo seguido pelos membros da família real britânica, que recomenda neutralidade em assuntos de política — mesmo que o duque e duquesa de Sussex se tenham retirado dos seus papéis na família real.
Em janeiro deste ano mudaram-se para Santa Barbara, no estado da Califórnia, nos Estados Unidos e, de acordo com a revista Time, o casal tem estado cada vez mais envolvido em questões cívicas e temas que lhes são caros, como as alterações climáticas.
A revista Time lembra que não é novo que haja envolvimento da coroa britânica na política. A própria Isabel II, em 2003, apelou ao voto dos galeses, dizendo que era vital para que “as nossas instituições democráticas floresçam”. Um ano depois, em relação ao referendo na Escócia, pediu aos eleitores “para pensarem no seu futuro”.
Já Markle está decidida a fazer história como o primeiro membro da família real britância a votar publicamente. Em agosto deste ano, Meghan declarações à revista Marie Claire, explicou o porquê de querer votar nas presidências americanas. “Eu sei o que é ter uma voz e o que é sentir-se sem ela”, disse. “Também sei que muitos homens e mulheres colocaram suas vidas em risco para que sejamos ouvidos. E essa oportunidade, esse direito fundamental, está na nossa capacidade em exercer o nosso direito de voto e fazer com que todas as nossas vozes sejam ouvidas”.
Em 2016, dois anos antes de se casar com o neto da rainha inglesa, Meghan Markle criticou o então candidato à Casa Branca Donald Trump, dizendo que era "misógino" e "divisivo".
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