A candidatura “Uma paisagem de referência na Raia — A Herdade da Contenda”, da empresa municipal Herdade da Contenda, foi a escolhida entre 25 candidaturas colocadas à apreciação do júri por entidades de todo o país e vai, por isso, representar Portugal no Prémio da Paisagem do Conselho da Europa.
“Numa altura em que estamos a afirmar o concelho de Moura como destino diversificado, o prémio é um impulso enormíssimo para que a Herdade da Contenda tenha uma visibilidade maior não só a nível nacional, mas também internacional. É um reconhecimento importante, entre 25 candidaturas excelentes, para um projeto único e diferenciador”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Moura, Álvaro Azedo.
Criado em 2012, o Prémio Nacional de Paisagem é uma iniciativa da Direção-Geral do Território, que pretende distinguir quem contribui, em Portugal, “para um desenvolvimento territorial mais sustentável e promove a sensibilização para a importância da paisagem na qualidade de vida.
O prémio deste ano vai ser entregue na quarta-feira ao presidente da Câmara Municipal de Moura, durante a 3.ª Conferência da Política Nacional de Arquitetura e Paisagem, que vai decorrer exclusivamente em plataformas online entre quarta-feira e sexta-feira.
A Herdade da Contenda é um “projeto de referência para uma gestão sustentável do uso do solo”, refere uma nota do município de Moura enviada à agência Lusa, “inspirador da importância da paisagem enquanto recurso e demonstrador de como a interação humana com os sistemas naturais a pode construir, destruir e reconstruir”.
Segundo Pedro Rocha, administrador executivo da empresa municipal Herdade da Contenda e responsável pela candidatura, o projeto diferencia-se por ser “provavelmente a maior área na posse de um município”, uma vez que pertence ao concelho desde 1893.
“É também a história de recuperação de uma paisagem pelos serviços florestais, que se multiplica em histórias distintas dos povos e das gentes que garantiram que aquele era território português. É uma área de fronteira com características muito específicas, que apanha o fim da Serra Morena [de Espanha] na sua parte ocidental e tem estas características de ter uma paisagem muito diferenciada”, explicou Pedro Rocha à agência Lusa.
Também para o presidente da Câmara de Moura, a Herdade da Contenda distingue-se por ser “o que de melhor a região tem para oferecer” aos seus visitantes “em termos paisagísticos”.
“Um montado extraordinário, encantador, que faz toda a diferença no território e no qual estamos a trabalhar muito na sua preservação. Por outro lado, temos ali uma mescla de influências, com um pinhal imenso, uma floresta que se distingue das demais. É um local a visitar não só por essas características, mas também pela fauna e flora que polvilham a região e a herdade”, sublinhou Álvaro Azedo.
A candidatura ao Prémio de Paisagem 2020 foi elaborada pela empresa municipal Herdade da Contenda e contou com o apoio do arquiteto paisagista Nuno Lecoq, que em 2014 desenvolveu a tese de doutoramento “A Herdade da Contenda. Uma Paisagem Única como Paisagem de Referência”.
Segundo o site da Direção-Geral do Território, a edição de 2020 do Prémio Nacional de Paisagem registou 25 candidaturas, 17 da iniciativa de câmaras municipais, três provenientes de associações de municípios, quatro de associações sem fins lucrativos e uma da Região Autónoma dos Açores.
A apreciação das candidaturas foi feita por um júri composto por 14 entidades, incluindo as Regiões Autónomas da Madeira e Açores e “presidido por um perito nacional de reconhecido mérito na área da paisagem”.
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