Em resposta escrita enviada à agência Lusa, o diretor da consulta externa do CHUP, Fernando Castro Poças, garantiu que este centro hospitalar estará preparado para retomar uma "nova normalidade" a partir de segunda-feira, data que corresponde à apontada no sábado pela ministra da Saúde para que os hospitais retomem as consultas programadas.
De acordo com Fernando Castro Poças, os espaços físicos dedicados à consulta externa estão a ser "adaptados" com o objetivo de "ser assegurado um correto distanciamento social".
A redução do número de admissões de doentes em simultâneo, bem como do número de doentes em espera nas diferentes salas, são outras das medidas preparadas.
Esta adaptação passa, descreveu o diretor da consulta externa do CHUP, pela redefinição de agendas médicas, intercalando consultas presenciais com não presenciais, estando programado que os "serviços redistribuem as suas agendas de manhã e de tarde, incluindo sexta-feira à tarde", somando-se uma "eventual produção adicional ao sábado".
Já em todas as entradas dos edifícios será feito inquérito ao estado de saúde e medição da temperatura corporal.
"Se negativos [quanto a sintomas] é permitida a entrada após desinfeção das mãos com solução SABA [solução anti-séptica de base alcoólica] e colocação obrigatória de máscara. Se positivos, após desinfeção das mãos e colocação de EPI [equipamento de proteção individual], o doente é encaminhado para sala covid, onde decorrerá avaliação e adequado encaminhamento pelo médico designado para o efeito", acrescentou Fernando Castro Poças.
Nas consultas só será permitida a entrada do doente, com exceção de crianças, adolescentes, pessoas com demências, atraso mental, doenças psiquiátricas ou com dificuldades de comunicação ou de locomoção, e ainda das que foram consideradas imprescindíveis pelo clínico.
O plano do CHUP inclui ainda a intensificação de protocolos de referenciação e de teleconsultas com os Agrupamentos de Centros de Saúde e a realização de consultas em novos gabinetes, estando em causa espaços atualmente não usados nesta fase de transição nas suas normais atividades.
Questionado sobre o número de consultas realizadas no último mês, período de pandemia da covid-19, o responsável clínico indicou que foram realizadas mais de 2.000 consultas diárias, desde 16 de março, sendo 25% com a presença física do doente e 75% consultas não presenciais (teleconsultas).
Já em resposta a quantas consultas admite o CHUP fazer de imediato numa primeira fase, o responsável respondeu "cerca de 40% em presença física e 60% em teleconsulta", admitindo que pelo potencial de contaminação a especialidade mais prejudicada neste período foi a Estomatologia.
"Todas [as consultas de todas as especialidades] serão retomadas em simultâneo, sendo a prioridade definida por critérios clínicos e sempre que possível respeitando os tempos máximos de resposta garantidos", concluiu o diretor da consulta externa do CHUP, estrutura que junta o Hospital de Santo António, o Centro Materno-Infantil do Norte (CMIN), o Centro Integrado de Cirurgia de Ambulatório (CICA) e o Centro de Genética Médica Doutor Jacinto Magalhães (CGMJM).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.
Portugal regista hoje 973 mortos associados à covid-19, mais 25 do que na terça-feira, e 24.505 infetados (mais 183), indica o boletim epidemiológico divulgado hoje pela Direção Geral da Saúde.
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