“O que acho que podemos garantir é que no fim do primeiro semestre estará tudo pronto para o procedimento de ajuste direto [da empreitada]. Depois, será muito rápido [o início da obra]: em junho, julho ou agosto, por aí”, afirmou António Oliveira e Silva, presidente do Conselho de Administração do São João, em declarações aos jornalistas após a cerimónia de entrega, por parte da Câmara do Porto, de uma ambulância dedicada ao transporte do internamento pediátrico.

Entretanto, acrescentou o responsável, em abril será transferido para o edifício principal do hospital o internamento pediátrico oncológico, permanecendo nos contentores provisórios desde 2011 o restante internamento de pediatria.

O serviço de pediatria cirúrgica já funciona no edifício principal, mas a administração reconhece as más condições de internamento, pelo que deve acompanhar o serviço de oncologia pediátrica na mudança prevista para daqui a cerca de três meses.

“Os espaços libertados em finais de março/abril serão adaptados para os serviços que consideramos que podem beneficiar mais. Assim, a pediatria cirúrgica, que está no edifício central, mas que consideramos que tem piores condições de internamento, e a pediatria oncológica serão transferidas para o edifício central”, explicou Oliveira e Silva.

Segundo o administrador, as obras de adaptação destes espaços no edifício principal serão “relativamente rápidas”, de “duas a três semanas”.

Quanto à nova Ala Pediátrica, Oliveira e Silva indicou que, segundo o Ministério da Saúde, “a revisão do projeto deve estar concluída em abril”.

“Depois, há uma fase de revisão que demora um mês ou um mês e meio. A partir daí, poderemos lançar o ajuste direto. Espero que, no início do segundo semestre, se possa dar início à obra”, disse.

“Espero que comece antes [do fim do ano]. Temos de ter objetivos ambiciosos para ver se os conseguimos cumprir. Por natureza não sou muito otimista, não gosto de colocar expectativas muito altas”, justificou.

Quanto à ambulância cedida pela Câmara, Oliveira e Silva esclareceu que será usada como transporte preferencial para as deslocações necessárias entre os contentores do internamento pediátrico e o edifício central, onde as crianças fazem exames ou cirurgias, por exemplo.

Segundo o responsável, “nunca esteve em causa a segurança clínica das crianças” com o transporte anterior.

O administrador refere, contudo, que com a nova ambulância haverá mais “conforto para as crianças, melhores condições para os pais e mais segurança para os profissionais”.

“Mais importante, é um aspeto que vai para além do simbólico: ligação fortíssima entre duas instituições do Porto, neste caso a Câmara do Porto, que sempre nos apoiou”, observou.

O presidente da Câmara, Rui Moreira, esclareceu que a ambulância ficará no Hospital de São João “o tempo que for preciso, pelo menos até à conclusão da Ala Pediátrica”, cuja empreitada deve demorar três anos.

Depois, acrescentou, a ambulância será integrada no Batalhão de Sapadores Bombeiros.

Em dezembro, a Câmara do Porto aprovou por unanimidade ceder, a título gratuito, uma ambulância afeta aos Sapadores do Porto para transportar as crianças dos contentores onde funciona atualmente a pediatria para dentro do Hospital de São João.

O Hospital de São João admitiu a 22 de novembro à Lusa transferir o internamento de crianças em contentores para espaços do edifício principal que devem ficar livres em março, numa mudança temporária até à construção da Ala Pediátrica.

“O término da obra de construção em curso do serviço de hemoterapia [em março de 2019] libertará espaços no edifício principal que poderão ser adaptados”, adiantou o hospital.

Aquela unidade indicou ainda prever um investimento de “cerca de 300 mil euros” em “reparações” nos contentores, até à conclusão da Ala Pediátrica.

O hospital assegurou que “os contentores são alvo de reparações constantes de acordo com as necessidades” e que, em 2017, “foram efetuadas 1.400 intervenções”.

O parlamento aprovou a 27 de novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica, cuja obra o diretor clínico do São João prevê arrancar em 2019 e concluir em 2021.


Notícia atualizada às 15:24