“O HGO não está a realizar 'despedimentos' de enfermeiros. O que tem vindo a ocorrer, e que pode dar origem às observações do Sindicato dos Enfermeiros, é o término de contratos de trabalho a termo resolutivo incerto, em substituição de trabalhador ausente por motivo de parentalidade, celebrados ao abrigo do previsto no Código do Trabalho (CT)”, esclareceu, numa nota, o hospital.
O Garcia de Orta referiu que tem um quadro de 937 enfermeiros, dos quais “apenas 24 profissionais com contratos a termo certo ou incerto (2,6%), o que contraria e desmente as afirmações que o sindicato fez à comunicação social”.
A unidade de saúde referiu que os enfermeiros contratados para fazer a substituição têm sido notificados da cessação dos seus contratos “com o regresso ao serviço do trabalhador ausente”.
O hospital salientou ainda que ainda na semana passada foi autorizado a contratar mais sete enfermeiros e que aguarda, “a todo o momento, a decisão final sobre mais contratações, que só dependem da evolução do processo burocrático das mesmas”.
Uma dezena de enfermeiros concentrou-se hoje em frente ao hospital Garcia de Orta, em Almada, distrito de Setúbal, em protesto contra o despedimento de 20 destes profissionais e o encerramento de camas naquela unidade de saúde.
“A questão é que são absolutamente necessários no hospital. A própria administração, além destes que cá estão - e serão despedidos cerca de 20 - já solicitou a contratação de mais 48, portanto ficam a faltar perto de 70 enfermeiros neste hospital”, explicou à Lusa Zuraima Prado, dirigente nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
Segundo o sindicato, os enfermeiros em causa fazem parte de contratos de substituição ou foram contratados no âmbito do plano de contingência da gripe e serão dispensados devido ao regresso de colegas que substituíam.
“É uma gestão que não compreendemos, porque alguns dos enfermeiros não vão voltar, porque muitos deles estão a substituir enfermeiros que não estão naqueles serviços. Alguns deles vão embora agora, mas os enfermeiros que estão a substituir só voltarão em setembro, por exemplo”, acrescentou.
Segundo Zuraima Prado, o Garcia de Orta já teve perto de 800 enfermeiros, mas tem agora menos, sendo necessários mais cerca de 70 só para suprir a alteração de horário para as 35 horas.
Nos últimos três dias foram recolhidas mais de 300 assinaturas de enfermeiros contra o despedimento de colegas e a exigirem a contratação de mais enfermeiros, que serão entregues à administração do hospital.
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