A candidatura foi hoje confirmada à agência Lusa por fonte oficial social-democrata.

Hugo Soares é natural de Braga, nasceu em 02 de março de 1983 (fez 41 anos durante a última campanha eleitoral), e tem sido o braço direito do primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, ao longo dos últimos anos e até chegou a ser dado como certo no futuro executivo.

Presidente da Juventude Social Democrata entre 2012 e 2014, foi deputado à Assembleia da República entre junho de 2011 e outubro de 2019.

Enquanto líder da ‘jota’, destacou-se quando, no final de 2013, foi o primeiro subscritor de um referendo com duas perguntas, uma sobre coadoção e outra sobre adoção de crianças por casais do mesmo sexo, que foi aprovado no parlamento com os votos do PSD e a abstenção do CDS-PP, mas que depois foi declarado inconstitucional pelo Tribunal Constitucional, em fevereiro de 2014.

Em julho de 2017, ainda sob a presidência do partido de Pedro Passos Coelho, sucede a Montenegro como presidente do grupo parlamentar do PSD, tornando-se, aos 34 anos, o líder da bancada social-democrata mais novo de sempre.

No ano seguinte, Passos Coelho não se recandidata à presidência do partido na sequência do mau resultado nas autárquicas, e Rui Rio vence a disputa da liderança contra Pedro Santana Lopes.

Cerca de um mês depois das diretas, Hugo Soares convoca eleições para a bancada às quais não se recandidata, depois de Rui Rio lhe ter manifestado o desejo de trabalhar com outra direção de bancada, e é sucedido por Fernando Negrão, eleito com menos de 40% dos votos da bancada.

Nas legislativas de 2019, Hugo Soares ficaria mesmo fora das listas de candidatos a deputados por decisão da direção de Rio.

Advogado de profissão e administrador de empresas, volta à primeira linha da vida política com a vitória de Montenegro nas eleições internas de 2022 e assume o cargo de secretário-geral, sendo, na prática, o número dois do atual presidente. Nas legislativas de 10 de março, foi cabeça de lista por Braga.

Desde que ocupou o cargo de presidente da bancada, passaram por lá cinco líderes: Fernando Negrão, Rui Rio, Adão Silva, Paulo Mota Pinto - também ele substituído poucos meses depois de ser eleito quando Montenegro assumiu a presidência do PSD – e Joaquim Miranda Sarmento.

Hugo Soares terá, após a eleição, de gerir um grupo parlamentar de 78 deputados totalmente escolhido pela atual direção, mas com uma composição parlamentar desafiante, com o PS a ter o mesmo número de deputados que os sociais-democratas e o Chega a ascender aos 50.

Só com os dois deputados do CDS-PP, conseguidos pela coligação pré-eleitoral AD, foi possível uma curta maioria eleitoral que será testada diariamente no parlamento, onde nem contando com a IL (com oito deputados) este bloco consegue superar aritmeticamente a oposição à esquerda, com 91 deputados (sem contar com a deputada única do PAN).