“A nossa intenção é que, durante este ano, sejam criados cerca de 50 postos de trabalho, com uma ambição e um plano de, pelo menos, uma criação de 300 postos de trabalho nos próximos três anos”, afirmou Ricardo Martinho, presidente da IBM Portugal.
O responsável falava no Regia Douro Park – Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, após a assinatura do protocolo de cooperação com a Câmara, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e a Softinsa, subsidiária da IBM.
“Esperemos que os números que estamos a pôr em cima da mesa sejam conservadores”, acrescentou Ricardo Martinho, apontando que a criação dos empregos está dependente dos projetos e da disponibilidade de colaboradores. A empresa procura licenciados com especialização em tecnologia.
A IBM vai, nesta primeira fase, ficar instalada no Regia e criar um polo na UTAD, para estar mais próxima dos estudantes universitários.
E, segundo explicou o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, “à medida que o projeto se consolide e cresça” os parceiros procurarão “instalações de maior amplitude”.
Ricardo Martinho especificou que o centro se dedicará a áreas como as cidades inteligentes (Smart Cities), de inteligência artificial ou de ‘cloud'.
“Neste momento estamos a construir um centro a que chamamos de MZR ('ultizone Region Cloud', ou seja, uma ligação nevrálgica à rede ‘web’, em Madrid, e, portanto, a proximidade de Portugal a esse centro traz-nos uma vantagem completamente diferenciadora e competitiva face a outras cidades espanholas e ao resto da Europa”, referiu.
Atualmente, na IBM Portugal trabalham cerca de 960 pessoas.
O centro criado em Vila Real é o quinto da empresa, a seguir a Tomar, Portalegre, Fundão e Viseu, e consolida a aposta na descentralização e no Interior do país.
As acessibilidades e a proximidade a Espanha contribuíram também para a instalação da empresa em Vila Real.
O objetivo, segundo Ricardo Martinho, é “fugir da habitual aglomeração do Litoral” e ajudar na fixação de massa crítica nestes territórios.
E esta é, para Rui Santos, uma “excelente oportunidade” para, precisamente, fixar mão de obra qualificada no concelho.
“Este é o caminho que temos que seguir, porque longe vai o tempo de que uma capital de distrito agregava no seu seio todos os serviços da administração desconcentrada do Estado e isso chegava. Hoje não, hoje temos que ir mais longe, temos que procurar investimento privado e este é um excelente exemplo de que é possível fixar uma sigla de implementação global no concelho”, referiu.
Nas contas de Rui Santos, em “velocidade de cruzeiro”, a implementação da IBM em Vila Real representará “12 milhões de euros resultantes de remunerações de colaboradores”, acrescidos de “28 milhões de euros resultantes do volume de negócios da própria empresa, em função daquilo que venderá pelo mundo”.
“Este impacto pode ser multiplicado por três e poderemos chegar aos 120 a 150 milhões de euros de movimento de negócio no concelho de Vila Real”, acrescentou.
O autarca frisou que hoje “é um dia feliz para Vila Real”, mas é também o dia em que se tem que começar a trabalhar para que o projeto seja “um sucesso”.
Por sua vez, o reitor da UTAD, Emídio Gomes, disse que Vila Real e a UTAD são, atualmente, o “centro de uma nova geografia económica que atravessa tranquilamente o Marão”, referindo-se à autoestrada e ao túnel rodoviário que atravessa a serra e melhorou as acessibilidades à região.
O reitor explicou que, no campus, a IBM vai ficar instalada na incubadora da universidade e, na sua opinião, esta proximidade irá “motivar muito os alunos” à permanência neste território e irá ajudar também a atrair mais alunos à academia transmontana.
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