Segundo o jornal, a decisão foi tomada pelos organizadores do evento - o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, o procurador-geral da República e a bastonária dos advogados, todos católicos - que entenderam que não se justificava a presença de um representante da Igreja e, por isso, não enviaram qualquer convite ao patriarcado.

A cerimónia solene que assinala hoje a abertura do ano judicial decorre no Supremo Tribunal de Justiça. Ao jornal, o tribunal respondeu que a decisão se baseou no facto de se tratar de uma cerimónia estritamente oficial.

“Não irão estar presentes, porque não foi convidada nenhuma entidade eclesiástica de qualquer religião”, respondeu o Supremo, citado pelo Público, explicando que manteve os convites aos representantes das Forças Armadas uma vez que existem juízes militares em funções neste tribunal.

O patriarcado preferiu não comentar, limitando-se a confirmar não ter recebido qualquer convite este ano, “ao contrário do que acontecia de acordo com uma longa tradição”.

O novo Procurador-Geral da República, Amadeu Guerra, participa pela primeira vez hoje na cerimónia de abertura do ano judicial, assim como da ministra da Justiça, Rita Alarcão Júdice, e o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, novos titulares nestas funções na sequência das eleições legislativas de março.

Já o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, deverá discursar hoje pela penúltima vez nesta cerimónia.