O presidente da IL espera que “Pedro Sánchez, o António Costa de Espanha, saia do poder” nas eleições espanholas de hoje, questionando os dois partidos socialistas ibéricos se permitem que outras forças políticas governem “sem recorrer a extremismos”.
Em declarações aos jornalistas na Costa da Caparica, durante uma iniciativa integrada nas Rotas Liberais que este fim de semana decorrem no distrito de Setúbal, Rui Rocha foi questionado sobre as eleições legislativas que hoje decorrem em Espanha e sobre a forma como estes resultados podem vir a ser vistos em Portugal.
“Aquilo que eu posso desejar, num primeiro momento, é que Pedro Sánchez, o António Costa de Espanha, saia do poder hoje e que se gere uma outra solução”, disse, apontando “várias consequências negativas da gestão socialista” dos últimos anos naquele país.
Segundo o líder liberal, “Espanha também enfrenta muitos problemas económicos que tem a ver com esta visão enviesada, ideológica da esquerda que condicionou também a evolução económica e social” do país espanhol.
“Do ponto de vista de Portugal, eu acho que é também muito interessante porque pode estar em discussão uma solução política que também pode ter algum tipo de interesse para Portugal, que é: se houver uma vitória do PP, que é aquilo que as sondagens maioritariamente apontam, como é que o PSOE se posiciona relativamente a essa vitória”, questionou.
A pergunta que se coloca, segundo Rui Rocha, é se o partido socialista espanhol “vai permitir que o PP possa governar sem recorrer a extremismos ou vai tentar empurrar o PP”.
“Aqui em Portugal também há uma pergunta que deve começar a ser feita. A Iniciativa Liberal posicionou-se desde muito cedo […] nós recusamos qualquer entendimento com forças políticas extremistas”, referiu.
Para o líder da IL, é preciso perguntar ao PS “se um dia houver uma solução que envolva, por exemplo, a Iniciativa Liberal e o PSD, vai ou não deixar que essa solução exista”.
“Como é que o PSOE é e como é que o PS se posicionam quando houver a possibilidade de uma gestão, neste caso em Portugal, da Iniciativa Liberal e do PSD ou em Espanha do PP”, disse.
Sobre a possibilidade de o PP se coligar ou não com a extrema-direita, Rui Rocha não se pronuncia porque “o PP, obviamente, se ganhar as eleições, fará o que bem entender”.
“A posição da iniciativa liberal relativamente a esse tipo de acordos está muito clara. Portanto, para mim interessa muito é saber como é que o Partido Socialista, quer em Espanha, quer em Portugal, se posiciona se houver a possibilidade de concretizar uma alternativa”, insistiu.
Espanha vota hoje em eleições legislativas com as últimas sondagens a darem a vitória da direita e a derrota do atual primeiro-ministro, o socialista Pedro Sánchez.
Estas são as XVI eleições gerais em Espanha desde o fim da ditadura, em 1977, e estão chamados a votar 37.469.142 eleitores, para escolherem 350 deputados e 208 senadores.
As eleições estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas foram antecipadas por Sánchez na sequência da derrota da esquerda nas municipais e regionais de 28 de maio.
Quatro partidos apresentaram listas de âmbito nacional e têm pretensão de chegar ao Governo: Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), Partido Popular (PP, direita), Somar (extrema-esquerda) e VOX (extrema-direita).
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