Na espera pela chegada da imagem número dois do Santuário de Fátima, após uma peregrinação organizada pelo Corpo Nacional de Escutas (CNE), os cânticos dedicados a Maria foram-se misturando com músicas escutistas.
Já com o barco varino ‘Liberdade’, onde a imagem foi transportada desde Vila Franca de Xira, atracado, as cerca de 300 pessoas que a aguardavam, aplaudiram a sua chegada e cantaram “a uma só voz” músicas dedicadas a nossa senhora, e habituais nas cerimónias na Cova da Iria.
O andor, enfeitado com flores brancas, foi depois colocado numa camioneta de caixa aberta, no qual seguiu para a igreja de São Tomás de Aquino, onde vai ficar até final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), marcado para domingo.
Antes de partir rumo às Laranjeiras, em Lisboa, o veículo parou no meio de um corredor formado pelas pessoas que aguardavam a chegada de imagem, e que, com lenços brancos, a saudavam
O padre Luís Martinho, assistente nacional do CNE, que classificou os cerca de 400 jovens que fizeram o caminho com a imagem desde o Santuário de Fátima como “um pequeno grupo na multidão que vai estar na JMJ”, orientou depois a recitação de um mistério do terço.
Entre os que aguardavam a imagem da Virgem, estava Maria Alice Coelho, uma portuguesa residente em França, que veio a Lisboa, de propósito para assistir a parte da JMJ, e vai marcar presença na missa de quinta-feira, que será celebrada pelo Papa Francisco, no Parque Eduardo VII.
“Eu tinha que vir para receber a nossa virgem Maria, trabalhei muito na paróquia, em França, para os mais novos virem, mas também cá estou. Já cumpri a minha missão e estou feliz por ver nossa senhora”, contou à agência Lusa, fazendo questão de frisar que na sexta-feira, vai partir de Lisboa para o santuário de Lourdes.
Bem mais jovem do que Maria Alice Coelho, Paola, uma peregrina da Moldova, também foi à Doca da Marinha, porque sabia “que ia chegar uma imagem vinda de Fátima”.
“Viemos a Lisboa para estar com jovens como nós para sentir a unidade, de todos os que acreditam e têm fé. Às vezes não percebemos a língua, mas podemos falar a língua de Deus, que é a língua do amor”, disse, enquanto olhava com curiosidade para os lenços brancos que acenavam à imagem.
Paulo Santos, dirigente do CNE e coordenador da peregrinação, assume que esta foi “um enorme desafio” no qual os cerca de 400 escuteiros, muitos deles franceses, que acompanharam a imagem conseguiram gradualmente “criar uma família”
“Maria foi o elo de ligação, o ponto que a todos reuniu, Muitos peregrinos, levam espiritualmente mais energia e força para esta semana”, afirmou, destacando a importância do evento no ano em que o CNE comemora o seu centenário.
Durante os cindo dias de peregrinação, ao longo de 140 quilómetros, a imagem passou por Minde, Alcanena, Pernes, Santarém, Morgado, Valada, Azambuja e Vila Franca de Xira, de onde foi transportado pelo Tejo, acompanhado por pescadores, particulares, escuteiros e Marinha Portuguesa.
Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa de terça-feira a domingo para a JMJ, considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, e que contará com a presença do Papa Francisco.
O Papa, o primeiro peregrino a inscrever-se na JMJ, chega a Lisboa na manhã de quarta-feira, tendo prevista uma visita de duas horas ao Santuário de Fátima no sábado para rezar pela paz e pelo fim da guerra na Ucrânia.
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