“É um momento muito triste para Vila Viçosa. É um equipamento que queríamos devolver à população o mais rapidamente possível”, mas, “infelizmente, com isto, ainda não sei sequer como é que vou resolver o problema”, afirmou Inácio Esperança.

Em declarações aos jornalistas depois de o fogo ter sido dado como dominado, o autarca de Vila Viçosa disse que “é sempre possível” recuperar o edifício depois do incêndio, mas referiu que terá que “pedir ajudar”.

“A obra iria acabar no início de dezembro, mas, agora, teremos que avaliar e fazer um novo calendário”, adiantou, lembrando que o projeto tinha sido cofinanciado pelo programa operacional regional Alentejo 2020.

Inácio Esperança revelou já ter recebido telefonemas do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que visitou o concelho no domingo, e da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

“O presidente solidarizou-se e disse que ia tentar ajudar na medida do possível”, salientou.

Segundo o autarca, o incêndio eclodiu quando decorriam trabalhos na cobertura do edifício relacionados com a colocação de telas asfálticas nos tubos de escoamento de água.

Inicialmente, Inácio Esperança disse à agência Lusa que suspeitava que o incêndio tivesse tido origem em trabalhos de soldadura das desenfumagens que estavam em curso no âmbito das obras de requalificação do Cine-Teatro.

Desconhecendo, para já, o valor dos prejuízos, o presidente do município assinalou que o fogo destruiu a estrutura da cobertura, o teto falso e o sistema de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), pois o interior estava esventrado.

“Os funcionários que estavam a trabalhar conseguiram sair do local e os bombeiros combateram o incêndio e conseguiram fazê-lo sem que alastrasse a outras habitações”, notou.

"Parece que há qualquer coisa que não quer que se reabra, estamos há 14 anos fechados. E agora não sabemos se vamos abrir", frisou, depois de explicar à RTP3, esta tarde, que o incêndio terá tido origem em trabalhos de soldadura das desenfumagens que estava em curso no âmbito das obras de requalificação do Cine-Teatro.

Também em declarações aos jornalistas, o comandante dos Bombeiros de Vila Viçosa, Nuno Pinheiro, disse que as causas do incêndio são desconhecidas e que as autoridades estão a fazer averiguações no local.

“Temos conhecimento que havia obras na cobertura do Cine-Teatro quando se iniciou o incêndio”, limitou-se a adiantar.

O comandante dos Bombeiros de Vila Viçosa admitiu que o combate às chamas foi “difícil pela dimensão e altura do edifício”, sublinhando que foi necessário esperar por meios de Évora e Elvas, nomeadamente duas autoescadas.

Com alerta para as autoridades às 17:35, o incêndio foi dado como dominado às 19:50, de acordo com uma fonte do Comando Sub-Regional de Emergência e Proteção Civil do Alentejo Central.

As operações de socorro mobilizaram operacionais e meios de várias corporações de bombeiros da região, do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da GNR, num total de 81 operacionais, apoiados por 29 veículos.

Inaugurado em 29 de julho de 1957, o equipamento é considerado pela autarquia como um “espaço de grande importância” para Vila Viçosa, situado numa das principais artérias da localidade.