O painel foi criado no seguimentos dos protestos de 2020 sobre o homicídio de George Floyd com o aval do Governador Gavin Newsom. Depois de um ano a trabalhar, os nove representantes produziram um plano detalhado de como as restituições deveriam funcionar. Agora, vai ser enviada aos legisladores estaduais em Sacramento até 1 de julho, também prevê que seja feito um pedido de desculpas aos cidadãos afro-americanos, segundo o The New York Times.
“Estas indemnizações são moralmente justificáveis e podem ajudar a combater disparidades e desigualdades raciais que existem há muito”, disse a representante democrata Barbara Lee, que esteve presente na sessão pública liderada pelos nove membros do painel.
Numa das estimativas feitas por economistas, que colaboram com a task force, os cidadãos elegíveis podem receber cerca de 148 mil dólares, cada um, por terem sido discriminados pelos bancos na atribuição de financiamento hipotecário, prática conhecida por “redlining” e que impossibilitava quem vivia em bairros predominantemente habitados por negros de obterem crédito à habitação. Obtém-se este número através do calculo de pagamentos de 3.3666 dólares por cada ano vivido na Califórnia entre o início dos anos 30 até ao final dos anos 70.
Além deste valor relativo ao redlining, o mesmo cidadão também poderia receber 2.352 dólares por cada ano que viveu na Califórnia entre 1970 e 2020 para compensar o que se considera ter sido um excesso de policiamento especialmente dirigido aos afro-americanos, que têm uma prevalência muito maior no sistema prisional.
No total, segundo a mesma publicação, as várias componentes desta indemnização podem levar alguns cidadãos a receber quase 1,2 milhões de dólares (mais de um milhão de euros). Foram recomendadas várias formas de pagamento, como a atribuição de bolsas de habitação ou bolsas de estudo, mas a recomendação final recaiu nos pagamentos diretos aos cidadãos lesados.
A sessão em Oakland foi marcada por muita agitação e emoção alimentada por defensores destas indemnizações que pediam valores ainda mais elevados. A segurança foi chamada várias vezes para retirar pessoas da sessão, por estarem a discutir e a interromperem quem tinha a palavra.
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