A visita de António Costa está basicamente dividida em três fases distintas: Primeiro, em Deli, onde terá um carácter sobretudo institucional, com reuniões formais com as mais altas autoridades da Índia; depois em Bangalore e Ahmedabad com objetivos económicos e de cooperação tecnológica; e, por fim, Goa (Estado de origem do pai do primeiro-ministro), em que prevalecerão as componentes da História e da cultura.
Nesta deslocação, que será a primeira no plano oficial ou de Estado feita por um chefe do Governo português à Índia, António Costa estará acompanhado pelos ministros dos Negócios Estrangeiros (Augusto Santos Silva), da Defesa Nacional (Azeredo Lopes), da Cultura (Luís Castro Mendes), da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Manuel Heitor), da Economia (Manuel Caldeira Cabral) e pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos.
Segundo fonte do executivo nacional, logo após a cerimónia de posse do atual Governo minoritário socialista, ainda em dezembro de 2015, o primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, enviou um convite formal a António Costa para que visitasse o país.
Mais do que pela rapidez, esse convite surpreendeu principalmente pelo modo como foi transmitido o apelo, já que fugiu ao tradicional padrão diplomático ao incluir por escrito referências calorosas em relação ao novo líder do executivo português.
"António Costa é o primeiro chefe de um Governo europeu que tem origem indiana. O primeiro-ministro está a ser tratado pelas autoridades políticas de Deli como um filho da Índia", justificou a mesma fonte do executivo de Lisboa.
No sábado, na capital Deli, o programa do primeiro-ministro começa com uma deslocação ao Palácio Presidencial, onde haverá honras militares e serão entoados os hinos nacionais dos dois países, seguindo para o Memorial Mahatma Gandhi, ocasião em que António Costa depõe uma coroa de flores.
Neste primeiro dia, o primeiro-ministro participa numa conferência sobre parcerias para o século XXI, faz uma breve visita ao Museu Nacional de Nova Deli e regressa ao Palácio Presidencial para encontros com o vice-presidente da Índia, Mohammad Ansari, e com o chefe de Estado, Pranab Mukherjee.
Já ao fim da tarde, António Costa e o seu homólogo, Narenda Modi, têm o primeiro encontro formal, com assinatura de memorandos, obliteração de selos e declarações à imprensa, numa cerimónia em que está ainda previsto o lançamento da obra em língua inglesa, pelo Estado indiano, "O Signo da ira", da autoria de Orlando Costa, pai do primeiro-ministro português.
No domingo e na segunda-feira, o primeiro-ministro estará na capital tecnológica da Índia, Bangalore, onde se deslocará a um dos mais importantes centros mundiais de investigação e de fabricação de satélites, e participará numa conferência anual que inclui as figuras mais relevantes diáspora indiana.
Durante esta convenção, o Presidente da República da Índia distingue formalmente o primeiro-ministro, atribuindo-lhe o Prémio Pravasi Bharatiya Samman - um galardão destinado a homenagear as mais altas personalidades da comunidade indiana a nível mundial.
Na terça-feira, António Costa terá uma passagem de seis horas por Ahmedabad, capital do Gujarat (Estado natal de Gandhi e a zona de origem da maioria dos membros da comunidade indiana residente em Portugal), onde terá um programa eminentemente económico, seguindo ao fim da tarde para Goa.
Na antiga colónia portuguesa, António Costa terá contactos institucionais com as autoridades políticas deste Estado que passou a integrar a União Indiana em 1961, desloca-se ao Instituto Oceanográfico Nacional (que tem cooperação com os Açores), visita a zona monumental da Velha Goa e será alvo de uma homenagem no Palácio do Antigo Governador de Portugal - ocasião em que também vai ser homenageado uma vez mais o seu pai, Orlando Costa, com a edição em inglês de outro dos seus livros, este intitulado "Sem flores nem coroas".
António Costa visita ainda o Bairro das Fontainhas em Pangim, de arquitetura histórica portuguesa, assim como a Fundação do Oriente, onde atribui a medalha de mérito cultural (a título póstumo) a Paulo Varela Gomes.
Longe da comitiva de jornalistas, antes de iniciar o regresso a Portugal, o primeiro-ministro terá uma deslocação de caráter privado a Margão, onde se encontrará com familiares.
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