“A gestão nem é nacional, é a nível mundial, para evitar precisamente uma corrida às farmácias. Devem ser os médicos a prescrever a vacina a quem precisa e as farmácias, depois, entram em contacto com os fabricantes”, explicou fonte da Autoridade Nacional do Medicamento.
A mesma fonte adiantou que na quarta-feira houve duas reuniões com o Infarmed e os dois fabricantes das vacinas em causa.
Na quarta-feira, na sequência do recente aumento do número de casos de hepatite A notificados na Europa e em Portugal, a Direção Geral da Saúde (DGS) emitiu uma orientação para os profissionais de saúde.
Nesta orientação, a DGS explica que de 01 de janeiro a 29 de março de 2017 foram notificados 115 casos de hepatite A (dos quais, 107 confirmados laboratorialmente) e que 58 doentes foram hospitalizados. Lembra ainda a DGS que do total de casos, 97% são adultos jovens do sexo masculino, principalmente residentes na área de Lisboa e Vale do Tejo (78 casos).
Nas amostras clínicas correspondentes a 55 doentes, a análise do vírus identificou uma estirpe relacionada com viajantes que regressaram da América Central e do Sul, também identificada em Espanha, no Reino Unido, e em outros países europeus.
“Num caso importado foi demonstrada a estirpe associada ao cluster (…) relacionado com um festival de Verão na Holanda e um surto em Taiwan”, explica a DGS.
A infeção por VHA pode ser assintomática, subclínica ou provocar doença aguda, associada a febre, mal-estar, icterícia, colúria, astenia, anorexia, náuseas, vómitos e dor abdominal.
A gravidade da doença aumenta com a idade sobretudo em pessoas que tenham subjacente doença hepática crónica cirrose ou hepatite B ou C crónicas. A hepatite fulminante com insuficiência hepática é rara, ocorrendo em menos de 1% dos casos.
Segundo a DGS, a letalidade é de 0,3-0,6% (aumenta com a idade e atinge 1,8% em doentes com mais de 50 anos). A infeção não evolui para a cronicidade e provoca imunidade para toda a vida.
A vacina contra o vírus da hepatite A não consta do Programa Nacional de Vacinação e, segundo a subdiretora geral da saúde Graça Freitas, tem de ser prescrita por um médico. Em Portugal a vacina é prescrita geralmente no âmbito das consultas do viajante.
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