Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião na sede da Associação de Vítimas dos Incêndios de Pedrógão Grande (AVIPG), Rui Rocha lamentou que estejam por concretizar muitas das promessas e apelou a Marcelo Rebelo de Sousa para que “não desista daqueles territórios”.
O dirigente sublinhou: O Presidente da República “tem o poder de trazer a atenção que está a faltar a estes territórios e a estas pessoas. Aquilo que retiro do que tenho visto nestes dias é que o abandono [dos territórios afetados] está a acontecer e aconteceu vezes demais ao longo deste tempo e logo nos primeiros momentos a seguir à tragédia”, lamentou.
Para Rui Rocha, quem tem o poder político em Portugal e estava no poder quando a tragédia aconteceu “tem uma obrigação adicional de solidariedade” para com o território, as pessoas, “e manifestamente não está a cumprir”.
Salientando a necessidade de ordenamento da floresta, o presidente da IL considerou que os custos de transmissão de propriedades dificultam a aquisição e a sua organização posterior, pelo que propõe a redução dos preços da transmissibilidade dos artigos.
“Seis anos depois da tragédia continua a haver um problema muito sério de comunicações, porque a rede é péssima ou inexistente. Isso reforça a situação de abandono, traz insegurança às pessoas e é um ponto que o Estado tem também de resolver”, vincou.
O presidente da IL apelou ainda para que o fundo Revita — criado para apoiar a reconstrução e reabilitação das áreas afetadas pelos incêndios de 2017 em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera — não seja nacionalizado, conforme intenção do Governo.
“Apelo ao ministro das Finanças e ao primeiro-ministro para que não nacionalizem o fundo Revita e deixem o dinheiro (1,3 milhões de euros) disponível para ser investido nas necessidades destas populações”, sustentou.
Rui Rocha apelou também aos portugueses para que “não deixem que a nacionalização aconteça e exijam explicações ao Governo e ao ministro Fernando Medina sobre as intenções que têm relativamente ao fundo”.
O líder partidário acusou ainda o Governo de “manifesta insensibilidade” na falta de inauguração do memorial de homenagem às vítimas dos incêndios de 2017, na quinta-feira, junto à Estrada Nacional 236-1, na zona de Pobrais, Pedrógão Grande (Leiria), com o nome das 115 vítimas mortais dos fogos naquele ano.
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