O próximo passo da equipa passa por determinar a presença de resíduos farmacêuticos em plantas, crustáceos, bivalves e peixes, a par da avaliação do potencial de acumulação ao longo das cadeias alimentares, de acordo com a mesma fonte.
Entre as substâncias encontradas estão resíduos de antibióticos, de anti-hipertensivos e anti-inflamatórios, que foram encontrados em mais de 90% das amostras de água recolhidas “em toda a extensão do estuário”.
Foram também identificados antidepressivos, reguladores lipídicos e antiepiléticos.
“A presença destes compostos resulta do uso e consequente libertação contínua destes produtos nas águas residuais”, lê-se num comunicado emitido pela instituição.
As maiores concentrações de fármacos, usados na medicina humana e veterinária, foram observadas em áreas próximas da saída dos efluentes de tratamento de águas residuais na margem norte da Área Metropolitana de Lisboa e na zona sul do estuário, próximo de Almada e da desembocadura do Tejo.
O trabalho envolve 32 investigadores e as conclusões serão publicadas na edição impressa de outubro da “Marine Pollution Bulletin”.
A investigação é coordenada por Vanessa Fonseca, do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE — Universidade de Lisboa), e decorre até 2019, no âmbito do projeto Biopharma.
O projeto é financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e termina em 2019.
Os resultados já disponíveis estão publicados ‘online’ na “Science Direct”.
“Recentes diretivas europeias realçam a importância de avaliar a contaminação por fármacos no ambiente, dado o seu potencial para afetar as comunidades biológicas”, sublinha no documento a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
O principal objetivo do Biopharma, iniciado em 2016, é avaliar os efeitos da exposição a fármacos em organismos estuarinos.
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