“Por volta das 14:00, uma célula convectiva que fazia parte do sistema frontal que atravessou a costa portuguesa durante a tarde, apresentava uma atividade bastante vigorosa e atravessou a região sul de Lisboa”, disse à Lusa o meteorologista Alessandro Marraccini, adiantando que o IPMA começou de imediato a receber relatos do fenómeno meteorológico.
“Pouco depois, começaram a chegar-nos testemunhos de fenómenos extremos do evento, sobretudo fotografias, onde parecia haver uma nuvem, uma nuvem em forma de funil, mas que não parecia atingir o rio Tejo”, precisou o meteorologista.
Embora não garanta que se tratou efetivamente de um tornado, uma vez que o IPMA ainda vai avaliar o fenómeno nos próximos dias, Alessandro Marraccini admitiu que, pela informação disponível, o fenómeno testemunhado “terá sido mesmo um tornado”.
“Pelo que parece, foi um fenómeno muito parecido a um tornado. Com muita probabilidade será um tornado. E eu diria, com a minha opinião de meteorologista que hoje estava de serviço, que aquilo foi um tornado”, disse Alessandro Marraccini, referindo não ter ainda informação sobre o local em que o fenómeno meteorológico se terá dissipado.
O meteorologista reforçou, contudo, que essa é apenas a sua opinião e que a “questão será estudada em grande detalhe nos próximos dias pelo IPMA”.
“Quando há um evento extremo deste tipo, que também tem um interesse científico relevante, o IPMA emite um comunicado com um resumo do que aconteceu em detalhe”, acrescentou.
Ainda segundo Alessandro Marraccini, as variáveis de radar, satélite e mesmo dos modelos numéricos para avaliação são muitas, pelo que são precisos alguns dias para se fazer a avaliação do fenómeno meteorológico em causa.
Contactado pela agência Lusa cerca das 18:00, o Comando Sub-regional de Emergência e Proteção Civil da Península de Setúbal não tinha registado qualquer pedido de ajuda relacionado com o fenómeno meteorológico.
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