Num comunicado hoje divulgado, o IPO Lisboa explica que este tratamento, assente na modificação genética de células, está indicado em casos de leucemia linfoblástica aguda B, mais concretamente em segundas recaídas, recaídas após transplante de medula ou em doença refratária.
Trata-se de uma forma de imunoterapia, tratamento que recorre ao próprio sistema imunitário do doente para combater a doença, pioneira em Portugal na área da leucemia pediátrica.
Segundo o IPO Lisboa, o processo inicia-se com a colheita de linfócitos (células que fazem parte do grupo dos glóbulos brancos) dos doentes e encaminhamento para o laboratório de criobiologia, após o que seguem para laboratórios dos Estados Unidos e Europa que fazem a modificação genética.
Posteriormente, as células modificadas são novamente introduzidas no sangue do doente, através de um cateter venoso, num processo semelhante a uma transfusão.
Estas células modificadas – designadas como células CAR-T — “conseguem detetar as células tumorais no organismo do doente e vão atacar diretamente as células malignas e ajudar a eliminá-las”.
O processo, segundo o IPO Lisboa, “envolve a preparação da criança com quimioterapia e um acompanhamento permanente do seu estado clínico”.
Este primeiro procedimento em crianças com recurso a células CAR-T foi realizado no passado mês de dezembro a uma doente, na altura com 13 anos, que se encontrava já na terceira recaída de uma leucemia linfoblástica aguda tipo B.
Os tratamentos anteriores não tinham conseguido eliminar completamente as células tumorais, “persistindo uma quantidade de doença residual que não permitia realizar um transplante de medula com garantias de sucesso”, explica a nota.
“Atualmente, a menina encontra-se estável e sem sinais de doença”, explica a instituição no comunicado divulgado hoje, quando se assinala o Dia Mundial da Criança.
O IPO Lisboa é Centro de Referência (CR) de Oncologia Pediátrica, em colaboração com o Centro Hospitalar Lisboa Central e com o Centro Hospitalar Lisboa Norte.
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