O Ministério Público tinha pedido sete anos de prisão para Said Bouteflika, num processo em que era acusado, com outros antigos responsáveis, por “incitamento à falsificação de documentos oficiais”, “abuso de poder”, “entrave à justiça” e “injúria a magistrado”.

O principal acusado no processo, o antigo ministro da Justiça Tayeb Louh, foi condenado a seis anos de prisão pelo tribunal de Dar El Beida, perto de Argel, de acordo com a APS, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

O empresário Ali Haddad, conhecido como o antigo “patrão dos patrões” argelinos, ligado ao Presidente destituído Bouteflika, foi condenado a dois anos de prisão efetiva, indicou a mesma fonte.

O antigo inspetor-geral do Ministério da Justiça Tayeb Belhachemi foi igualmente condenado a dois anos de prisão.

O tribunal absolveu seis outros acusados no processo.

Em maio de 2019, Said Bouteflika, de 63 anos, foi detido, juntamente com mais três acusados, e condenado em setembro desse ano a 15 anos de prisão por um tribunal militar, por “conspiração contra o exército”, que então apelava publicamente à saída do Presidente Bouteflika para pôr fim à crise decorrente do “Hirak”, o movimento de protesto contra o regime.

Em 02 de janeiro deste ano, um tribunal de recurso absolveu Said Bouteflika, que foi transferido da prisão militar para uma prisão civil, ao abrigo de um mandado de detenção por “tráfico de influência”.

Said foi um conselheiro influente do irmão Abdelaziz, que morreu em 17 de setembro.

Citado noutros casos sob investigação, incluindo o financiamento de campanhas de Abdelaziz Bouteflika, Said deverá permanecer na prisão, apesar de já ter cumprido a pena de dois anos a que foi condenado na terça-feira.

Desde a demissão forçada de Abdelaziz Bouteflika, em abril de 2019, na sequência dos protestos do “Hirak” e da pressão do exército, o poder judicial argelino ordenou a detenção ou condenou vários políticos, bem como empresários próximos do regime, nomeadamente por corrupção.