A nova legislação entrou em vigor no arranque deste ano, mas já tinha sido aprovada em Março de 2017, pelo parlamento de Reiquiavique. Doravante, todas as empresas públicas e privadas que tenham mais de 25 funcionários têm de apresentar um certificado oficial de cumprimento de uma política de igualdade salarial.
Segundo o que Thorsteein Viglundsson, ministro da Igualdade e Assuntos Sociais da Islândia, revela ao The Guardian, as empresas públicas e privadas vão ser submetidas a auditorias: se as empresas respeitarem a igualdade salarial recebem um certificado, se não o fizerem terão de pagar uma multa.
“No que diz respeito às demonstrações financeiras anuais, há multas se os documentos não forem entregues ou se for verificado que a empresa não respeita a igualdade salarial entre géneros”, acrescenta Thorsteein Viglundsson.
Para o ministro a desigualdade salarial era uma realidade no mercado laboral islândes e esta é “a altura de tomar medidas radicais”. “Nós temos o conhecimento e os processos para eliminar a desigualdade salarial”, garante Viglundsson. Aradottir Pund, dirigente da Associação Islandesa para os Direitos das Mulheres, vai ao encontro das palavras do ministro: “este é um problema sistemáticos que temos de enfrentar com novos métodos”, diz à Al Jazeera.
A nova legislação foi aprovada tanto pelo governo de centro-direita como pela oposição - cerca de 50% do parlamento é composto por mulheres. A intenção do atual governo islandês é erradicar a desigualdade salarial até 2020. A liderar o governo está uma mulher, Katrín Jakobsdóttir, que, em 2016, foi considerada a personalidade política de maior confiança para os islandeses.
Segundo os dados do Fórum Económico Mundial, em 2017, a Islândia é o país mais bem cotado quanto à igualdade salarial entre géneros. Portugal, por sua vez, surge na 33º posição - em Portugal a desigualdade salarial é de 16,7%.
Segundo o relatório do Progresso da Igualdade entre Mulheres e Homens no Trabalho, no Emprego e na Formação Profissional coordenado pela Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego relativamente ao ano de 2016, o mundo vai precisar ainda de 118 anos para acabar com a desigualdade salarial entre homens e mulheres.
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