Há vários anos que as autoridades israelitas acusam a Al-Jazeera de “parcialidade” na cobertura do conflito israelo-palestiniano. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tinha já referido, no final de julho, que pretendia expulsar a cadeia Al-Jazeera, acusada de exacerbar as tensões em torno dos lugares santos de Jerusalém.
O ministro das Comunicações israelita vai designadamente anular as acreditações dos jornalistas e interromper as ligações por cabo e satélite da cadeia, precisou em comunicado.
O ministro da Segurança Interna vai ainda formalizar um procedimento destinado ao encerramento dos escritórios da cadeia televisiva.
As autoridades israelitas vão também tentar limitar as capacidades de transmissão da cadeia através das ligações “abertas que permitem à maioria dos telespetadores da comunidade árabe israelita terem acesso” à Al-Jazeera, acrescentou o ministério das Comunicações sem fornecer mais detalhes.
Os árabes israelitas, descendentes dos palestinianos que permaneceram nas suas terras após a formação do Estado de Israel em 1948, representam 17,5% da população de Israel, de larga maioria judaica. Possuem nacionalidade israelita, mas há longas décadas que se consideram discriminados.
O anúncio sobre o silenciamento da Al-Jazeera surge após duas semanas de tensões em torno da esplanada das Mesquitas em Jerusalém-leste, onde o Estado hebraico instalou um novo dispositivo de segurança que suscitou uma reação de revolta da população palestiniana.
Israel acabou por recuar e desmontou os últimos elementos desse dispositivo.
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