Roma tenta recuperar a obra de arte há décadas, entre apreensões da Interpol e esforços diplomáticos, mas o museu americano, que comprou a escultura em 1977, recusou-se sempre a devolvê-la.
A Fundação Getty recorreu ao TEDH para anular uma decisão de “confisco” tomada pelos tribunais italianos, mas os juízes decidiram a favor de Roma.
“Trabalhamos muito” para que a estátua fosse devolvida, reagiu o ministro da Cultura italiano, Gennaro Sangiuliano, lembrando que proibiu todos os empréstimos de obras a museus em disputa com o seu país.
Por sua vez, o Getty indicou em comunicado que pretende recorrer da decisão perante a Grande Câmara do TEDH. A estátua, encontrada em 1964 por um pescador de Fano, no centro-leste de Itália, foi vendida a particulares sem que o Estado italiano pudesse exercer o seu direito de prioridade.
Esta obra, atribuída ao escultor grego Lísipo e representando um atleta nu, circulou no mercado de arte em 1974 e foi adquirida pelo Museu Getty por quatro quatro milhões de dólares.
A Fundação Getty recorreu ao TEDH em 2019 para contestar a decisão de confisco tomada em 2010 pelos tribunais italianos, argumentando, entre outras coisas, que a escultura grega não fazia parte do património de Roma.
“A descoberta acidental desta estátua por cidadãos italianos não a torna uma obra italiana”, declarou um dirigente da fundação em 2018.
No entanto, o tribunal europeu rejeitou o pedido do museu americano na sua decisão, considerando que “as autoridades italianas demonstraram razoavelmente que a estátua fazia parte do património cultural da Itália”.
A disputa entre Roma e Getty é antiga. Em agosto de 2007, o museu e a Itália anunciaram um acordo para a devolução de 42 antiguidades que as autoridades italianas afirmaram terem sido roubadas e depois exportadas ilegalmente.
O Museu Getty, fundado pelo bilionário do petróleo John Paul Getty, é apoiado pela fundação de arte mais rica do mundo, com ativos avaliados em vários milhares de milhões de dólares.
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