“Viu-se neste Congresso que os partidos não são todos iguais”, disse o secretário-geral reeleito por unanimidade, Jerónimo de Sousa. O líder de confiança renovada do Partido Comunista Português elogiou os trabalhos do Congresso assumindo que os objectivos a que se propuseram foram todos os alcançados, com testemunhos “genuínos” de todas as pessoas sobre o país, a Europa e as suas terras.
Jerónimo de Sousa voltou ainda a valorizar a derrota do Governo de direita, PSD/CDS, que apenas foi possível com o “intensificar da luta”. O secretário-geral comunista conseguiu ainda aquilo que mais se ambicionava neste Congresso: “a valorização da acção do Partido que levou à nova situação política nacional”, que permitiu abrir “uma janela de espera”, repor rendimentos e recuperar direitos.
Consolidado por unanimidade o debate político em relação à nova solução governativa do país, Jerónimo de Sousa voltou ao tema da Europa, “É incompreensível que o país não esteja preparado para se libertar da submissão do Euro, que se veja o país desarmado. É inaceitável que Portugal seja atirado ao gueto da pobreza”, disse voltando a afirmar a necessidade de se renegociar a dívida.
Olhando para o futuro e para o XXI Congresso, daqui a quatro anos, Jerónimo de Sousa fixou metas futuras. Pediu um país que continuasse a lutar, um país com maior capacidade produtora, um país que siga o caminho do PCP, “o partido que se dirige a todos os democratas e patriotas”.
Ficaram ainda elencadas medidas concretas que podem ser vistas como os tópicos futuros de diálogo com o Partido Socialista, como o aumento do salário mínimo para 600 euros, o investimento no sector público e a alteração à lei laboral.
O objetivo ficou claro: dizer não às submissões da União Europeia e do Euro e não voltar a viver um período de “pacto de agressão”. E lutar, lutar pelos ideais comunista e socialista com base marxista-leninista para que o homem cumpra o seu “sonho milenar” de se libertar da exploração do homem pelo homem e com uma maior distribuição da riqueza. Um projecto que, diz Jerónimo, o PCP só verá cumprido daqui a muito anos, já póstumo desta vida.
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