José Luís Carneiro começa por referir-se a Pedro Nuno Santos lembrando-o que conta consigo para o que precisar. E depois dos cumprimentos regulamentares agradece a António Costa pela forma como "honrou dignificou e defendeu os valores do socialismo democrático colocando-os ao serviço dos cidadãos".

Não deixa de fora as diretas do partido dizendo que agora estão "unidos na pluralidade" e que agora estão prontos para enfrentar as eleições, mas não deixa também de lembrar a mobilização que foi feita para as eleições internas do partido.

Tal como fez ao longo da campanha diz querer ser "a democracia da Europa livre" apelando à globalização como meio para progresso.

José Luís Carneiro não deixa cair as bandeiras do PS, mas sempre apelando a uma posição moderada e de compromisso. Lembrando que o PS sempre foi capaz de dialogar com todas as forças democráticas e quadrantes da sociedade.

Pelo meio lembra que as forças moderadas e o diálogo é o melhor caminho para combater os extremismos. Usa o exemplo dos EUA, Brasil e o 25 de abril de 2023 para apelar à mobilização para "combater os extremismos" e a polarização, e que esse é um caminho de todos.

Depois, neste mesmo contexto, classificou o afastamento de Portugal da via “terceiro mundista” e, pelo contrário, a favor da integração europeia, como uma das principais opções feitas pelo seu partido em defesa da sua autonomia estratégica. Realçou, ainda, a tradição do PS em defesa da “Europa livre, da ideia de sociedade livre, pluralista e aberta ao mundo”.

“O PS fez sempre compromissos em defesa da liberdade, da justiça social, da igualdade de oportunidades e no respeito pelas diferenças no quadro democrático. O PS deve ser o grande partido do socialismo democrático e da social-democracia”, acrescentou.

No fim, os investimentos e a economia, onde o investimento público promove o privado e é prioridade. Reafirma que o "PS é partido dos compromissos para o futuro". Pedindo um "compromisso" no Orçamento do Estado.

No que à saúde diz respeito diz que o país está a viver o déficit da formação de médicos nos anos 80 e 90 e, por isso, "devemos apostar na formação de mais médicos".

Ainda em matéria económica, afirmou esperar que Portugal continue com a capacidade de atrair investimento estrangeiro, depois de vários "recordes" alcançados nos últimos anos.

Já em relação à habitação, setor tutelado pela ministra Marina Gonçalves, que apoiou o atual líder, Pedro Nuno Santos, José Luís Carneiro pediu “maior celeridade”, tendo também deixado pistas sobre políticas para a saúde e educação.

Na sua perspetiva, no plano político, o PS “deve ainda liderar” processos para um referendo sobre a regionalização e sobre as reformas do sistema político e da justiça - no caso deste último setor para lhe dar “maior celeridade, transparência e prestação de contas”.

Em matéria de autonomia estratégica, o ministro da Administração Interna não falou diretamente no PCP ou no Bloco de Esquerda, mas invocou o primeiro líder do partido, Mário Soares, e a “luta travadas nas ruas” em defesa de Portugal como um país de liberdade e “satélite do sovietismo” em 1975.

*Com Lusa