"José Mário Branco participou solidariamente em muitas das ações e iniciativas promovidas pela CGTP-IN. De entre elas, destacamos o LP com que esta confederação assinalou, em 1986, o centenário do 1.º de Maio. Para ele compôs e musicou Remendos e Côdeas", destacou a intersindical em comunicado.

A central sindical realça que "com a sua arte, José Mário Branco deu voz ao sofrimento, à injustiça e à exploração dos trabalhadores".

"Além da mordaz e incisiva música das suas palavras, foi ativa, corajosa e empenhada a sua intervenção cívica em prol da causa dos trabalhadores", realçou a CGTP, que termina o comunicado com um agradecimento a José Mário Branco e afirmando que "a luta continua".

Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, em particular no período da Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.

Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge ou Samuel.

Estudou História nas universidades de Coimbra e do Porto, foi militante do PCP até ao final da década de 60 do século passado e a ditadura forçou-o ao exílio em França, para onde viajou em 1963, só regressando a Portugal em 1974.

Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.