A continuação de uma política de sanções é “contraproducente e prejudicial para os interesses dos dois países, bem como para aqueles países com os quais a Rússia mantém e desenvolve relações bilaterais”, afirmou Peskov, em declarações à imprensa.
Segundo o porta-voz russo, Moscovo continua a considerar as sanções como uma medida “extremamente negativa”, “especialmente quando decorrem de novas iniciativas do Congresso”.
No fim de semana passado foi alcançado um acordo de princípio entre as duas forças políticas do Congresso norte-americano (republicanos, que controlam as duas câmaras do Congresso, e os democratas) sobre a adoção de novas sanções contra a Rússia. Aparentemente, a Casa Branca estará disposta a apoiar este novo pacote de medidas sancionatórias.
A 15 de junho, o Senado (câmara alta do Congresso) aprovou, quase por unanimidade, uma proposta de lei sobre novas sanções contra a Rússia, mas o texto ficou bloqueado na Câmara dos Representantes (câmara baixa) e as negociações só foram concluídas no domingo.
Na terça-feira, a Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso) irá votar medidas que serão aplicadas a Moscovo — devido à sua alegada ingerência na campanha presidencial nos Estados Unidos e à anexação da península ucraniana da Crimeia -, mas também ao Irão e à Coreia do Norte, por causa dos recentes lançamentos de mísseis balísticos.
Uma vez aprovada pela Câmara dos Representantes, a proposta de lei será votada no Senado, provavelmente antes das férias de verão, em meados de agosto.
Estas sanções contra Moscovo foram já fortemente criticadas pela Alemanha que acusa Washington de favorecer as empresas americanas em detrimento dos grandes grupos europeus que estão envolvidos no projeto do gasoduto Nord Stream 2, que ligará a Rússia ao território alemão, através do mar Báltico.
Um porta-voz da Comissão Europeia sublinhou igualmente que a proposta de lei “foi motivada principalmente por motivos internos”.
“As sanções funcionam melhor quando são coordenadas”, referiu o porta-voz do executivo comunitário, citado no fim de semana nas agências internacionais.
“Atualmente, os nossos regimes de sanções são coordenados”, indicou o representante, expressando preocupação de que as novas sanções americanas tenham “consequências não desejáveis”.
As relações russo-americanas estão no seu nível mais baixo desde o fim da Guerra Fria, em parte por causa das sanções impostas pelos Estados Unidos ao regime russo, acusado por Kiev e pelo Ocidente de apoiar militarmente e financeiramente os rebeldes separatistas no leste da Ucrânia, região envolvida num conflito sangrento desde abril de 2014.
Moscovo, que fala apenas em apoio político, sempre negou tais acusações
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