“Esta visita é essencialmente para agradecer aos profissionais de saúde que estão na linha da frente por todo o combate que têm feito”, começou por dizer António Lacerda Sales em declarações aos jornalistas depois da visita ao Hospital de Faro para acompanhamento da situação epidemiológica e resposta à pandemia na Região.
Questionado sobre os alegados casos de vacinações indevidas, o secretário de Estado explicou que o processo de vacinação foi feito com base no “suporte técnico e na maior evidência científica e tem sido adequado proporcionalmente ao próprio evoluir da situação” e considerou situações “inaceitáveis quando há desvios ou vacinações que não devem ser dadas porque não são dos grupos prioritários”, reiterando que “a tolerância vai ser zero relativamente a essas matérias”.
“A task-force tem dado orientações e tem reforçado as orientações para que, no caso de existirem doses sobrantes, existam listas suplementares, supranumerárias, elaboradas de acordo com critérios de priorização, de acordo com o próprio plano de vacinação, para que possam ser vacinados estas listas suplementares, quando sobrarem essas doses”, explicou António Lacerda Sales, recordando que as instituições é que apresentavam as listas e que o processo na generalidade tem corrido bem.
No que reporta às divergências em relação à vacina AstraZeneca e a questão da eficácia da vacina em pessoas com mais de 65 anos, afirmou que a matéria ainda está em discussão “a nível internacional” e que será decidido em função da “melhor evidência cientiíica”, mas que se se vier a comprovar que a vacinação é preferível a pessoas com menos de 65 anos, assim será.
No entanto, explicou o secretário adjunto, caso tal não seja verificado, o plano de vacinação será mantido, recordando que nesta fase estão a ser vacinadas pessoas “com mais de 50 anos com comorbilidades e doentes com mais de 80 anos”, salientando que estão a ser priorizadas as pessoas com mais de 80 anos e comorbilidades.
Questionado sobre casos específicos, António Lacerda Sales assegurou que não comentaria casos em concreto, mas reiterou que os desvios à vacinação são “inadmissíveis” e que serão promovidas auditorias de âmbito nacional, através da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde, e que “há procedimentos que terão sanções quer ao nível disciplinar quer ao nível criminal, se durante a sede de inquérito tal se provar”.
No caso da velocidade de vacinação, explicou que dependerá sempre “das doses de vacinas que vão chegando, mas temos hoje mais de 338 mil doses administradas, 68 mil das quais com segunda dose”.
Sobre os mecanismos de cooperação internacional e a possibilidade de enviar doentes para o estrangeiro, relembrou que na primeira vaga também países como a França e Itália recorreram a estes mecanismos que “demonstram que existe Europa e solidariedade na Europa” e que se vier a “ser necessária outra capacidade além da nossa, obviamente que recorreremos, não haverá qualquer problema em aceitar essa ajuda”, ressalvando que por enquanto “ainda não é necessário”.
“É preciso é planeamento. Planear é criar cenários e ter respostas a esses cenários. E é isso que estamos neste momento a fazer. Planear, criar cenários para o pior e esperar o melhor. Os mecanismos de cooperação internacional estão ativos e estamos a ponderar utilizá-los se necessário”, acrescentou.
Ainda sobre esta questão, reforçou que a capacidade das unidades de cuidados intensivos no país foi “duplicada” desde a primeira vaga.
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