O antigo diretor da Octapharma, Lalanda e Castro, foi libertado na Alemanha, avança a SIC Notícias, por, segundo o juiz alemão, não haver fundamentos para o mandato de detenção europeu, uma vez que nos processos em que é arguido em Portugal, Lalanda esteve"sempre contactável, não sendo preciso a sua detenção para ser ouvido em Lisboa".
No entanto, a libertação não anula o processo de extradição para Portugal. Indica apenas que a polícia alemã tinha a possibilidade de decidir entregar ou não o suspeito às autoridades portuguesas, e que decidiram não o fazer.
Ricardo Sá Fernandes, advogado que visitou Lalanda e Castro na cadeia alemã na terça-feira na presença de advogados germânicos, já comunicou que o seu cliente se apresentará “onde, como e quando” o Ministério Público português entender para este ser ouvido.
"Fico satisfeito com este despacho do juiz alemão porque a detenção foi abusiva", congratulou-se Sá Fernandes.
Na última sexta-feira, o advogado havia pedido a revogação do mandato de detenção e extradição que levou à detenção na Alemanha.
Ricardo Sá Fernandes disse entender ser "muito estranho" o procedimento adotado pelas autoridades judiciárias portuguesas em deter uma pessoa cujas viagens e paradeiro era conhecido em virtude de ser arguido noutros processos.
Lalanda e Castro, também arguido na "Operação Marquês" - onde é acusado de tráfico de influências nos "vistos gold", foi detido na quarta-feira da semana passada, dia 14 de dezembro, nos escritórios da Octapharma em Heidelberg. Altura em que a Polícia Judiciária, em comunicado, informou que, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, e em colaboração com as autoridades alemãs, teria procedido "à detenção de um ex-administrador de uma empresa farmacêutica".
A detenção aconteceu no âmbito da operação "O Negativo", processo esse que também levou à detenção de Luís Cunha Ribeiro, ex-presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa, por suspeitas de corrupção passiva. Os outros três arguidos no caso do plasma são os advogados Paulo Farinha Alves e Barros Figueiredo, e Elsa Morgado, da Associação Portuguesa de Hemofilia.
Há suspeitas que Cunha Ribeiro terá recebido contrapartidas do ex-diretor da Octapharma em Portugal para que esta empresa pudesse ter o monopólio de fornecimento aos hospitais de plasma e hemoderivados.
Lalanda de Castro, por outro lado, é suspeito de corrupção ativa.
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