A saída de três freiras de uma congregação católica do Patronato da Mêda motivou o protesto dos paroquianos. Os manifestantes culpam o padre da paróquia e diretor da instituição, Basílio Firmino, que acusam de maltratar as religiosas e causar a saída, e o bispo de Lamego, António Couto, por não a ter evitado, conta hoje o ‘Jornal de Notícias’.
No domingo passado, os populares foram protestar para a porta da igreja, obrigando o bispo e o padre a interromper a missa pouco depois de a terem iniciado.
Os paroquianos dizem que as três freiras se queixaram dos alegados maus tratos do pároco Basílio Firmino à Congregação das Missionárias Reparadoras do Sagrado Coração de Jesus, de que fazem parte. A madre acabou por as transferir — e, agora, segundo o jornal, só regressam se o padre for afastado.
Entretanto, a diocese negou responsabilidade no caso e aponta para o artigo 251.º do Código Penal e para o crime de ultraje a sentimentos religiosos e profanação de objetos de culto, que tem previsto até um ano de prisão ou multa de até 120 dias a "quem publicamente ofender outra pessoa ou dela escarnecer em razão da sua crença ou função religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública", ou "profanar lugar ou objeto de culto ou de veneração religiosa, por forma adequada a perturbar a paz pública".
No comunicado onde dão conta da queixa apresentada ao Ministério Público, os responsáveis pela diocese dizem que a “manifestação e tumulto encenados” não tiveram “tino” nem “prévia e devida autorização, impedindo toda uma comunidade dos fiéis de celebrar a sua fé.” (O artigo 45.º da Constituição prevê que “os cidadãos têm o direito de se reunir, pacificamente e sem armas, mesmo em lugares abertos ai público, sem necessidade de qualquer autorização.”)
Até o cabo-chefe da GNR local acabou visado na queixa por ter entrado no “templo armado e não com o propósito e atitude de rezar”, diz a diocese, citada pelo JN. Os religiosos dizem ainda que foi António Couto a questionar o militar sobre a continuação do barulho, mas “o sr. Cabo-chefe da GNR respondeu ao sr. Bispo que as pessoas tinham direito a manifestar-se.”
Assim, conclui o comunicado citado pelo diário, a queixa no Ministério Público foi apresentada “(…) pela gravidade dos factos, e pela incúria, mormente de quem tem o dever de manter a ordem, e para que tais abusos não se voltem a repetir, nem na Mêda nem em lado nenhum (…).”
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