"Nós tememos que a participação seja mais baixa se não houver divulgação. Temos como sugestão a elaboração de uma newsletter, enviada por e-mail aos portugueses registados nos consulados, com informação correta sobre a nova eleição para a Assembleia da República", explicou Paulo Marques, conselheiro eleito na região de Paris, em declarações à Agência Lusa.
Os 10 membros do Conselho das Comunidades Portuguesas eleitos em França estiveram reunidos no sábado e hoje, em Paris, para debaterem vários problemas que afetam a comunidade portuguesa em França e para preparem a reunião do Conselho Regional da Europa, marcada para março, e que vai decorrer em Lisboa.
A repetição das eleições legislativas no círculo da Europa nos dias 12 e 13 de março com a possibilidade do envio do voto até 23 de março foi um dos temas mais debatidos, com Paulo Marques a lembrar a importância dos autarcas de origem portuguesa neste processo já que muitos orientaram as populações de como votar e ajudaram na parte burocrática, como na documentação necessária para exercerem o voto.
Outra questão levantada na reunião foi a espera de vários meses para se fazer documentos portugueses em França, sendo que, por vezes, não é possível marcar-se dia no consulado para tratar desses assuntos.
"Nós estamos num período em que precisamos preparar os exames em França. Há crianças que são só portuguesas e que têm os seus cartões do cidadão caducados e não podem inscrever-se para os exames nacionais", exemplificou Paulo Marques.
Paulo Marques é autarca em Aulnay-sous-Bois, na região parisiense, e espera que o Centro de Atendimento Consular para França seja realmente inaugurado em março, como avançou à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiro, Augusto Santos Silva, já que as próprias autoridades francesas têm dificuldade em entrar em contacto com os consulados.
"Quando há problemas, como um falecimento de uma pessoa de origem portuguesa, a polícia que constata a morte, não consegue entrar em contacto com os consulados. Nos lares, quando é preciso documentação para os idosos portugueses, tenta-se ligar para os consulados e também não conseguem", explicou o lusodescendente.
O conselheiro lembra ainda que os 11 funcionários contratados como reforço consular este ano vêm apenas "para substituir" os funcionários que se reformaram nos últimos dois anos e que não constituem qualquer reforço.
Quanto às eleições do Conselho das Comunidades Portugueses, que deviam ter acontecido em 2020 mas foram sucessivamente adiadas devido à pandemia, Paulo Marques assegura que os conselheiros vão dar um ultimato ao Governo para realizar as eleições até 2023 ou prometem recorrer à justiça, já que "arriscam fazer quase dois mandatos em um".
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