”Um bom resultado político para o país e para o Livre será ter um grupo parlamentar”, afirmou Rui Tavares, acrescentando que o partido está hoje, de acordo algumas sondagens, “no limiar dos três deputados, dois por Lisboa e um no Porto”, podendo, “daqui a uma semana estar a discutir Lisboa, Porto e Setúbal e outros distritos como Braga Leiria, Faro ou Santarém”.
No lançamento da campanha, realizado hoje nas Caldas da Rainha, onde apresentou os candidatos pelo distrito de Leiria, o fundador do Livre sublinhou que “se houver uma maioria à esquerda” o partido “fará parte da solução” e que “se houver uma maioria à direita fará parte da oposição”.
“Um Bloco Central tal, como a maioria absoluta, são indesejáveis para o país porque põem demasiado poder nas mãos dos dois grandes partidos”, disse, voltando a defender “uma eco geringonça” que inclua o Livre e que possa fazer “com os problemas ambientais que o país tem aquilo que a primeira ‘geringonça’ [PS, BE e CDU] fez com os problemas sociais herdados pela austeridade”, visando “reverter a página da insustentabilidade e ter um projeto de futuro para o país que passa pela valorização das pessoas, do conhecimento e do território”.
O candidato por Lisboa garantiu que “se houver uma maioria à esquerda” o Livre será “parte de uma solução tão ampla quanto possível”, e que criará “espaço negocial para analisar a viabilização de um orçamento e de um programa de Governo”, tendo na agenda “um novo modelo de desenvolvimento para o país”.
O líder do Livre falava no final da apresentação de Filipe Honório como cabeça de lista pelo círculo eleitoral de Leiria, após um discurso efetuado no Céu de Vidro, no Parque das Caldas da Rainha, onde vincou repetidas vezes: “O país que temos não é inimigo do país que queremos”.
Perante cerca de uma dezena de apoiantes, o dirigente elencou a principais propostas do partido, como o aumento do Salário Mínimo Nacional para mil euros até ao final da legislatura e a indexação dos salários à inflação, o alargamento do subsídio de desemprego a quem se despede [em casos específicos como a prossecução de estudos ou casais que se mudem para o interior, por exemplo], um plano de apoios à reconversão da climatização do edificado, o aumento do financiamento do Serviço Nacional de Saúde ou a aposta em medidas de economia circular “baseada no conhecimento”.
O partido considera ser altura “de virar o jogo” na forma como se faz política, “sempre com um olho no curto prazo, na agenda mediática, no caso e às vezes até no ‘casinho'”, disse Rui Tavares, sublinhando que para o Livre essa mudança passará por “reformular a economia, os serviços públicos e por uma nova visão estratégica para o país”.
“Precisamos de começar a construir uma verdadeira alternativa, progressista e ecológica”, vincou o fundador do partido que nas eleições legislativas de 06 de outubro de 2019 alcançou 57,172 (1,09%) votos e elegeu um deputado.
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