A equipa do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, “tudo fará para assegurar a sua reeleição, e pouco importa que isso elimine a paz”, escreveu no Twitter o alto responsável palestiniano, numa alusão às eleições presidenciais previstas para novembro nos Estados Unidos e nas quais o atual inquilino da Casa Branca tenta a reeleição.
Na sua declaração, Saeb Erekat também fez alusão ao acordo hoje assinado pelos líderes da Sérvia e do Kosovo, que se comprometeram-se em Washington na promoção da “normalização económica” bilateral, numa iniciativa patrocinada pelos EUA e que inclui a transferência da embaixada sérvia em Israel para Jerusalém e o reconhecimento do Estado judaico por Pristina.
A assinatura deste “acordo histórico” entre o Presidente da Sérvia, Alexander Aleksandar Vucic, e o primeiro-ministro kosovar, Avdullah Hoti, decorreu na Sala Oval da Casa Branca na presença de Donald Trump, que reivindicou um novo sucesso da sua diplomacia.
A decisão da Sérvia de transferir a sua embaixada de Telavive para Jerusalém constitui um sinal para os EUA e Israel, ao contribuir para o reforço da posição internacional de Israel, que declarou Jerusalém a capital “indivisível” do país apesar dos protestos palestinianos e internacionais.
Desta forma, o tema Israel surgiu como a “surpresa” desta iniciativa da Casa Branca, que permanece uma prioridade para uma parte importante da direita cristã norte-americana e do designado e influente “lobby judaico”.
Em simultâneo, o Kosovo, um país de “maioria muçulmana”, também aceitou instaurar “relações diplomáticas” com o Estado hebreu, como anunciou Trump.
“Bravo! Vão seguir-se outros países islâmicos e árabes”, disse Trump no Twitter, saudando “um outro grande dia para a paz no Médio Oriente”.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, também se regozijou com o anúncio da transferência da embaixada sérvia, ao sublinhar que seria o “primeiro país” europeu” a seguir o exemplo dos Estados Unidos.
Netanyahu agradeceu ao Presidente sérvio “pela decisão de reconhecer Jerusalém como capital de Israel”.
No entanto, o estatuto de Jerusalém permanece uma das questões mais espinhosas para uma eventual resolução do conflito israelo-palestiniano.
A administração de Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel no final de 2017 e instalou a sua embaixada nesta cidade em maio de 2018.
A Casa Branca tem encorajado outros países a adotarem a mesma atitude, mas foi muito criticada pelos palestinianos e muitos países europeus pelo facto de o conflito israelo-palestiniano permanecer sem solução.
O Kosovo, uma ex-república da Sérvia de maioria albanesa que autoproclamou a independência em 2008, tem uma população predominantemente muçulmana e nunca reconheceu Israel, como Israel também nunca reconheceu o Kosovo.
Estas decisões sobre Israel incluem-se nos esforços do Governo dos Estados Unidos para reforçar a posição internacional do Estado judaico, que permanece alvo de fortes críticas em diversos fóruns internacionais, incluindo nas Nações Unidas.
Recentemente, a administração Trump garantiu um acordo de normalização das relações entre Israel e os Emirados Árabes Unidos (EAU), que implicou o primeiro voo comercial entre Israel e os EAU, com os vizinhos Arábia Saudita e Bahrein a permitirem a passagem destes voos no seu espaço aéreo.
Outros Estados árabes, incluindo Sudão, Bahrein e Omã, têm sido apontados como países que podem em breve normalizar as relações com Israel.
Comentários