“Essa (Angola) pertence à História”, disse João Lourenço, no discurso de abertura da VI reunião ordinária do Comité Central do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no poder desde 1975, ano da independência do país.
O também Presidente de Angola, há um ano no cargo e há cerca de dois meses como líder do MPLA, lembrou que a sociedade “espera abertura ao diálogo e exemplos que, pela sua prática quotidiana, sejam uma referência moral para os angolanos”, evitando comportamentos e atitudes que colocam em causa o bom nome do partido.
“Há comportamentos e atitudes que urge corrigir, porque colocam em causa o bom nome do partido. Militantes há que, a coberto do nome do partido ou da sua condição de dirigentes, lesam gravemente o interesse público, cometem desmandos, arbitrariedades e abuso de poder em detrimento de pacatos cidadãos, evocando muitas vezes a figura caricata do incógnito camarada ‘ordens superiores’, que deve ser banido ou passar a ter, a partir de agora, nome”, frisou João Lourenço.
João Lourenço, por outro lado, apelou aos governantes, empresários, cooperativas, associações empresariais, organizações não-governamentais, académicos, investigadores e a toda a sociedade angolana a “enfrentar e vencer o grande desafio da diversificação da economia”.
E, para o êxito desta missão, João Lourenço frisou que o país conta também com os recursos financeiros e outro tipo de ativos colocados ilicitamente fora de Angola, “em paraísos fiscais e não só, e que devem ser repatriados, voluntária ou coercivamente, à luz das leis sobre o repatriamento de capitais e demais legislação em vigor”.
Segundo o líder do MPLA, esses recursos – o prazo para o repatriamento voluntário termina a 26 de dezembro, seguindo-se um processo coercivo – serão investidos na economia angolana, contribuindo para o esforço nacional de aumento da produção interna de bens e serviços e na geração de empregos.
“Também aqui o partido é chamado a liderar esta operação. Mesmo que alguns dos visados sejam militantes, dirigentes ou outras altas figuras do nosso próprio partido”, salientou.
A nível interno, João Lourenço lembrou aos 363 membros do Comité Central que Angola “vive novos tempos”, com uma oposição “mais combativa”, uma imprensa “mais livre e investigativa”, uma sociedade civil “mais interventiva e rigorosa na exigência ao restrito cumprimento da lei, no respeito ao erário público e no respeito pelos direitos e garantias dos cidadãos”.
Aos dirigentes do partido, o presidente do MPLA pediu um melhor acompanhamento da dinâmica do tempo, da sociedade angolana e do mundo global, devendo o seu comportamento pautar-se por aquilo que os seus eleitores e a sociedade esperam.
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