“Eu digo a Sánchez que, se não aprova o orçamento, deve convocar eleições de imediato, que foi o que se comprometeu a fazer desde o dia em que recebeu os votos dos independentistas, ‘batasunas’ [simpatizantes dos terroristas da ETA], ‘podemitas’ [simpatizantes do Podemos de extrema-esquerda] para entrar no Governo pela porta dos fundos”, disse Pablo Casado, citado pela agência Efe, à chegada ao Congresso do Partido Popular Europeu.
Pedro Sánchez tornou-se primeiro-ministro em 02 de junho de 2018, depois de o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) ter aprovado no parlamento, na véspera, uma moção de censura contra o executivo do Partido Popular (direita) com o apoio do Unidos Podemos (coligação que inclui o Podemos) e uma série de partidos mais pequenos, entre eles os nacionalistas bascos e os independentistas catalães.
De acordo com Casado, os orçamentos de Sánchez “foram escritos como uma crónica de uma morte anunciada” [alusão a um livro do colombiano Gabriel García Márquez), porque foram feitos “na prisão de Lledoners” — onde vários independentistas catalães esperam julgamento – e converteram o Governo de Espanha “refém dos interesses dos separatistas”.
O presidente do executivo catalão, Quim Torra, anunciou hoje de forma solene no parlamento regional a retirada de “qualquer apoio” ao Governo e ao Orçamento do Estado para o próximo ano.
“Os orçamentos descarrilaram e nesse descarrilamento espero que o Governo faça o mesmo que pedia Pedro Sánchez” ao anterior primeiro-ministro, Mariano Rajoy, do PP, disse Pablo Casado.
Quando era líder da oposição, Sánchez defendeu que o Governo da altura devia submeter-se a uma moção de confiança ou convocar eleições, no caso de não conseguir aprovar as contas do Estado para o ano seguinte.
Os partidos separatistas catalães fazem depender o apoio à aprovação do Orçamento para 2019 de progressos na libertação dos políticos separatistas presos pelo seu envolvimento na tentativa falhada independência da Catalunha, em 2017.
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