“Não estamos nem radicalmente otimistas em relação às conversações nem radicalmente pessimistas em relação às conversações”, afirmou Khamenei, 85 anos, segundo a televisão estatal.

No entanto, afirmou num encontro com funcionários que as conversações foram “bem implementadas nos primeiros passos” e que o Irão continua pessimista em relação aos Estados Unidos.

Os comentários, apesar de concisos, representam a aprovação pública das conversações por parte do líder supremo da República Islâmica, segundo a agência de notícias norte-americana Associated Press (AP).

Khamenei pediu também aos funcionários “que não liguem os assuntos do país” às conversações, que deverão ter uma segunda ronda no sábado.

O ministro dos Negócios Estrangeiros neerlandês, Caspar Veldkamp, disse na segunda-feira, durante uma reunião da União Europeia, que a segunda ronda de negociações iraniano-americanas decorrerá em Roma.

Duas fontes diplomáticas na capital italiana confirmaram a informação à agência de notícias France-Presse (AFP).

O Irão disse no domingo que as conversas informais com os Estados Unidos serão sobre a questão nuclear e o levantamento das sanções norte-americanas.

“As conversações continuarão a ser indiretas, Omã continuará a ser o mediador”, afirmou o porta-voz da diplomacia iraniana, Ismail Baghaei, citado pela AFP.

A pedido de Teerão, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, não negociou diretamente com Steve Witkoff, o enviado do Presidente norte-americano, Donald Trump.

Durante o primeiro mandato (2017-2021), Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão em 2018, três anos depois de ter sido assinado pela administração Barack Obama (2009-2017).

O acordo envolvia também a China, a França, a Rússia, o Reino Unido e a Alemanha.

O pacto limitava o programa nuclear do Irão em troca do levantamento das sanções económicas.

Com a saída do acordo, Trump restabeleceu as sanções contra a República Islâmica.

O Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas desde 1980, mas trocam informações indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos.