O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, vai participar na reunião, assim como o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.
O caráter informal do encontro impossibilita quaisquer decisões e a reunião tem como enfoque preparar a cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) de julho, em Washington.
“É uma discussão mais privada, informal, os ministros vão estar essencialmente sozinhos na sala a debater, e a acabar algum trabalho que ainda está em curso para a cimeira de Washington”, disse na quarta-feira a embaixadora norte-americana para a NATO, Julianne Smith, durante um briefing de antevisão.
Mas na última semana o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que o país possa utilizar armamento disponibilizado pelo Ocidente para atingir posições militares no território russo.
A questão está longe de ser consensual e há vários países do bloco político-militar que querem continuar a limitar a utilização do armamento ocidental à defesa ucraniana no seu próprio território.
Ataques ao território russo com armamento fornecido pelo Ocidente poderiam ser interpretados pelo Kremlin como um envolvimento direto no conflito e levar a uma escalada.
Finlândia, Canadá e Polónia já anunciaram que não se opõem à utilização do armamento que enviaram para a Ucrânia para atingir o território russo, mas outros, como os Estados Unidos e a Bélgica, limitaram o uso ao território ucraniano.
Na terça-feira, Zelensky e o primeiro-ministro belga assinaram um acordo para disponibilizar 30 caças F-16 à Ucrânia até 2028, mas Alexander De Croo fez questão de deixar por escrito que não podem atravessar a fronteira com a Rússia.
A adesão da Ucrânia à NATO vai ser novamente abordada na cimeira de julho, referiram à Lusa fontes da organização político-militar, e está previsto que os aliados mostrem um sinal mais claro a Kiev sobre esta aspiração.
Mas as mesmas fontes advertiram que não haverá alteração ao estatuto que a Ucrânia tem hoje, já que o conflito é condição fulcral para avançar no processo.
Quanto à sucessão de Jens Stoltenberg como secretário-geral da NATO, e apesar de o primeiro-ministro dos Países Baixos, Mark Rutte, continuar a ser o favorito, o Presidente da Roménia, Klaus Iohannis, mantém-se na corrida.
“O ímpeto está do lado de Rutte, mas nem todos os países mostraram disponibilidade para endossar a sua candidatura”, disse a embaixadora de Washington para a NATO.
A “expectativa é de que fique resolvido até julho”, por altura da cimeira da Aliança Atlântica, referiu Julianne Smith.
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