Apesar de o número de estudantes estrangeiros ter crescido 120% desde 2010, “a oferta de alojamento universitário continua a ser bastante informal e fragmentada”, pelo que a falta de camas nas três principais cidades portuguesas com polos universitários do país diz respeito a “camas com ‘standards’ de qualidade europeia”, refere o estudo realizado pela empresa de imobiliário JLL, em parceria com a plataforma ‘online’ de alojamento universitário Uniplaces.
“O setor apresenta um enorme potencial de crescimento em Portugal e está cada vez mais na mira dos investidores e operadores internacionais”, apurou o estudo, que analisa os principais indicadores de oferta e procura de residências universitárias nas cidades de Lisboa, Porto e Coimbra, e que apresenta as tendências globais mais marcantes a nível dos fluxos de estudantes e das características do alojamento.
De acordo com o “Portugal Student Housing”, os investidores e operadores - quer já instalados em Portugal, quer em estreia no mercado - estão “ativamente à procura de terrenos ou edifícios para reabilitar nas principais cidades universitárias portuguesas”, de forma a aproveitar o desequilíbrio entre a oferta e a procura que se verifica no mercado português, “especialmente numa altura em que os mercados emergentes do sul da Europa se constituem como uma oportunidade de diversificação geográfica neste setor”.
Em relação à cidade de Lisboa, que “tem atualmente 113.500 estudantes, dos quais 56.000 deslocados e, entre estes, 16.000 estrangeiros”, a estimativa realizada pela JLL e pela Uniplaces indica que “faltam cerca de 10.000 camas com os ‘standards’ internacionais, estando em ‘pipeline’ cerca de 3.000 a 4.000 camas para desenvolvimento no curto prazo”.
Atualmente a oferta de residências universitárias privadas na capital ascende a 380 quartos, com a cidade a dispor ainda de 5.300 quartos em apartamentos privados, 1.800 quartos em alojamento universitário (das próprias universidades ou de entidades religiosas), além de 1.440 unidades em apartamentos geridos por operadores especializados no setor, avançou o estudo.
As reservas efetuadas na plataforma Uniplaces indicam que a renda média de alojamento universitário em Lisboa é de 500 euros e a estadia média é de cinco meses.
Na cidade Invicta, onde a população estudantil ascende a mais de 56.000, dos quais 23.000 deslocados, incluindo 6.000 estrangeiros, “há um potencial de crescimento de cerca de 4.000 camas, com o ‘pipeline’ de curto-prazo a situar-se entre as 2.500 a 3.500 camas”, indicam a JLL e a Uniplace.
A oferta atual no Porto, acrescentam, é de 290 quartos em residências privadas, 2.400 quartos nos apartamentos privados, 1.250 quartos em residências universitárias públicas, além dos 420 quartos em apartamentos geridos por operadores especializados no setor.
Segundo dados das reservas efetuadas na plataforma Uniplaces, a renda média no Porto é de 430 euros para uma estadia média igualmente de cinco meses.
Já em Coimbra, cidade que tem 35.000 estudantes, dos quais 22.000 a necessitarem de alojamento, incluindo cerca de 5.000 estudantes estrangeiros, “a oferta divide-se entre 1.130 quartos em apartamentos privados, 900 em residências universitárias públicas e 40 em apartamentos geridos por operadores especializados no setor”, já que a oferta de residências universitárias privadas “é ainda muito incipiente e não está quantificada”.
A renda média de alojamento para estudantes em Coimbra é de 260 euros, com uma permanência que ronda os cinco meses, segundo as reservas efetuadas na plataforma Uniplaces.
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