Segundo comunicado enviado às redações pelo Palácio do Eliseu, Macron terá pedido, durante uma conversa de mais de uma hora, também o fim dos ataques contra civis e zonas residenciais, assim como a preservação de todos as infraestruturas civis. Vladimir Putin terá "confirmado o seu compromisso" perante estas exigências.

Já o Kremlin fez saber também em comunicado de imprensa que Putin declarou ao seu homólogo francês a exigência, como condições para o cessar-fogo, do reconhecimento da Crimeia como território russo, a "desnazificação" do Governo ucraniano e um estatuto neutro para a Ucrânia.

Numa altura em que decorrem conversações entre delegações russas e ucranianas, o Presidente francês propôs ainda a Vladimir Putin que os dois continuem em contacto nos próximos dias de forma "a prevenir o agravamento da situação" e o líder russo terá também concordado.

Nas últimas horas, Macron falou ainda várias vezes com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, elogiando novamente o "sentido de responsabilidade" deste nas negociações com Moscovo.

Após mais um Conselho de Defesa esta manhã no Palácio do Eliseu, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves le Drian, disse, visivelmente emocionado, que as autoridades francesas tinham conseguido por parte dos russos garantias de que os franceses ainda presentes em Kiev podiam abandonar a capital em segurança, por estrada e ferrovia.

"As estradas para sair de Kiev pelo sul não são completamente seguras, mas há hoje uma possibilidade de sair da cidade [...] Os russos indicaram que todos os civis podem sair livremente pela autoestrada Kiev-Vasylkiv", afirmou o ministro, declarando que a França não tem como prestar apoio nestas estradas aos seus cidadãos.

Haverá ainda cerca de 1.000 franceses na Ucrânia, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.

A França decidiu ainda intensificar as sanções aos oligarcas russos, estando a levar a cabo uma investigação interna para apurar os bens imobiliários no país que pertencem à elite russa que apoia Putin.
Esta tarde, Macron vai participar com Olaf Scholz, chanceler alemão, Ursula Van Der Leyen, presidente da Comissão Europeia, e Charles Michel, presidente do Conselho Europeu, numa reunião com os líderes do Canadá, Estados Unidos, Itália, Japão, Polónia, Roménia e representantes da NATO, de forma a debaterem a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Após esta reunião, o chefe de Estado francês vai jantar com os líderes das instituições europeias.

A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já mataram mais de 350 civis, incluindo crianças, segundo Kiev. A ONU deu conta de mais de 100 mil deslocados e quase 500 mil refugiados na Polónia, Hungria, Moldova e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a "operação militar especial" na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e a União Europeia e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armas e munições para a Ucrânia e o reforço de sanções para isolar ainda mais Moscovo.

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