“Eu estou muito preocupado com essa situação, sobretudo por causa dos resgates no mar, porque o avião [da Força Aérea] já está operacional, mas o avião não faculta a possibilidade de fazermos resgates e nós temos uma plataforma continental imensa”, explicou o presidente do Governo Regional da Madeira.
Albuquerque reforçou que a região autónoma deve ter “meios fundamentais para socorrer qualquer evento que ocorra”.
O chefe do executivo madeirense falava à margem de uma visita ao Estúdio 21 – Associação Musical e Cultural das Ilhas, no Funchal, onde indicou que a carta endereçada ao primeiro-ministro, Luís Montenegro (PSD), “já vai hoje”.
A questão da falta de meios da Força Aérea na ilha do Porto Santo surgiu no sábado, quando o secretário regional da Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, teve de ser transportado de urgência para o Funchal por questões de saúde.
Nesse dia, o avião C-295 estava inoperacional devido a uma avaria e o helicóptero EH-101 Merlin não dispunha de tripulação, situação que perdura há vários meses, tendo sido mobilizado um outro avião, que se deslocou do continente para efetuar o transporte do governante madeirense.
“Eu acho que a situação [de falta de tripulação para operar o helicóptero] tem de ser resolvida”, disse Miguel Albuquerque, para logo reforçar: “Não me compete a mim resolver a situação. Compete ao Governo nacional canalizar os meios necessários para termos a fixação de pilotos na Força Aérea”.
Por outro lado, o CDS-PP/Madeira, partido que assinou um acordo de incidência parlamentar como os sociais-democratas, indicou hoje ter também sensibilizado o ministro da Defesa, Nuno Melo, para a “resolução do problema dos meios aéreos de busca e salvamento da Força Aérea, sediados no Porto Santo”.
Em comunicado, os centristas explicam que o presidente do partido, José Manuel Rodrigues, defendeu na segunda-feira junto do ministro da Defesa a necessidade de assegurar em permanência um avião C-295 e um helicóptero EH-101 Merlin e respetivas tripulações naquela ilha.
O CDS-PP considera que estes meios “são essenciais” para a retirada de “doentes e feridos para a Madeira, assim como para o socorro nos mares e para a fiscalização da extensa Zona Económica Exclusiva (ZEE)”.
De acordo com a nota, o ministro Nuno Melo, também presidente da estrutura nacional do CDS-PP, tomou em consideração estas preocupações e garantiu que o Governo está a fazer um “grande investimento na revalorização das Forças Armadas e nos meios de defesa de todo o território português”.
Os centristas madeirenses destacam, no entanto, o “extraordinário trabalho dos militares da Força Aérea”, afirmando que, apesar das limitações e constrangimentos, “têm sido inexcedíveis para salvar pessoas e bens no arquipélago”.
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