A obra a inaugurar no sábado serve também com forma de afirmação do investimento chinês no país, que a financiou e construiu – um empreendimento “chave na mão”.
Com um vão de 700 metros e duas rampas com pouco mais de dois quilómetros cada, a ponte Maputo-Katembe foi feita para permitir a ligação por terra entre as duas margens da baía da capital moçambicana, a norte e a sul.
A entrada em funcionamento do empreendimento une por estrada o sul, centro e norte de Moçambique, fazendo jus à famosa palavra de ordem “do Rovuma ao Maputo”, oficialmente usada para reafirmar a demarcação e a indivisibilidade do território nacional, através dos seus extremos norte e sul.
Para a realidade das infraestruturas de Moçambique os números envolvidos na construção da ponte Maputo-Katembe são avassaladores.
Foram aplicados na estrutura de travessia 75 toneladas de aço e 300 mil metros cúbicos de betão.
A construção envolveu 3.800 operários locais e 450 trabalhadores chineses, bem como 50 engenheiros e consultores de países como Alemanha, Inglaterra, Rússia e Grécia.
O projeto da ponte passou igualmente pela construção de 180 quilómetros de estrada ligando a Katembe à Ponta de Ouro, a cerca de 100 quilómetros, na fronteira com a África do Sul.
A rodovia reduziu para metade o tempo percorrido entre a capital do país e a zona onde se situa a Reserva Especial de Maputo e que acolhe estâncias balneares com grande potencial para o turismo.
A ponte poderá igualmente dar “asas” ao sonho de uma expansão ordenada da já congestionada capital moçambicana, uma vez que o ganho de tempo e de segurança na travessia poderá atrair o desenvolvimento do setor imobiliário na margem sul da baía de Maputo.
Para responder a esse objetivo e com o advento da ponte, o governo do município de Maputo aprovou em 2015 o Plano Geral de Urbanização do Distrito Municipal de Katembe.
O plano prevê duas áreas de grande densidade populacional, com mais de 500 habitantes por hectare, uma grande zona ecológica, que abrange mangais e áreas verdes, zonas agrícolas e áreas de proteção e conservação da natureza.
O financiamento de 785 milhões de dólares (cerca de 687 milhões de euros) que a China aplicou para a construção da ponte confirma o papel central do gigante asiático como o maior financiador de infraestruturas em Moçambique após a independência, no seguimento de outros empreendimentos de grande envergadura no país africano.
Com dinheiro chinês, o país passou a contar com novas sedes da Assembleia da República, Procuradoria-Geral da República, Tribunal Administrativo, ministérios, Estádio Nacional do Zimpeto, entre outros empreendimentos.
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