Um dos arguidos faltou à audiência de julgamento e apenas quatro optaram por falar, entre os quais um indivíduo de 19 anos que alegadamente traficava droga com o pai, o irmão e a avó, coarguidos no mesmo processo.
Este arguido, que se encontra em prisão preventiva, confessou ter vendido heroína e cocaína a partir de agosto de 2019 no bairro piscatório de Espinho, mas recusou qualquer relação com o pai nesta atividade.
“O meu pai era consumidor. Eu sempre cresci nesse meio, mas nunca fiz nada com o meu pai”, afirmou.
O arguido ilibou ainda o irmão mais velho, afirmando que “nunca teve nada” com a situação, tal como a avó, de 65 anos, que está acusada de guardar a droga do filho e dos netos.
"Sinto vergonha de ter passado essa fase. Foi uma fase má da minha vida", disse o arguido, pedindo desculpa aos consumidores.
Um outro arguido confessou ter vendido droga, nomeadamente cocaína e heroína, a diversos consumidores, para ganhar um dinheiro “extra” e restaurar a casa onde vive, mas garantiu que nunca abandonou o trabalho para se dedicar ao tráfico.
Afirmou ainda que chegou a pedir à sua companheira para fazer algumas entregas, quando estava a trabalhar, assumindo a culpa por essa situação.
Os arguidos, 18 homens e quatro mulheres, com idades entre os 19 e os 65 anos, estão acusados de tráfico de droga e tráfico de menor gravidade.
Um deles responde ainda por um crime de detenção de arma proibida.
Segundo a acusação do Ministério Público (MP), os arguidos dedicavam-se ao tráfico de droga, nomeadamente haxixe, cocaína e heroína, nas áreas geográficas compreendidas entre Espinho, Gaia e Feira.
O MP refere ainda que os arguidos colaboravam entre si, adquirindo a droga em conjunto na cidade do Porto e quando um deles não tinha produto encaminhava o consumidor para o outro.
O processo resultou da operação “Barba ruiva” que levou à detenção de 13 pessoas em julho de 2020, nos concelhos de Espinho, Ovar e Vila Nova de Gaia.
No total, foram feitos 44 mandados de busca e aprendidas mais de três mil doses de droga, várias armas, veículos e mais de 13 mil euros.
Após terem sido presentes a primeiro interrogatório judicial, três dos arguidos ficaram em prisão preventiva.
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