De acordo com a síntese de resultados do Inquérito de Caracterização das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo para o ano de 2023, da Estratégia Nacional para a Integração das Pessoas em Situação de Sem-Abrigo (ENIPSSA), foram identificadas 13.128 pessoas.

Das pessoas sinalizadas na condição de sem-abrigo, 7.705 viviam na situação de sem-teto, enquanto as restantes 5.423 não tinham casa.

Na condição sem-teto enquadram-se as pessoas que vivem na rua, num abrigo de emergência ou noutro local precário e na condição sem casa aquelas que vivem num alojamento temporário.

Em 2022, haviam sido assinaladas 10.773 pessoas em situação de sem-abrigo.

A síntese indica que foi solicitada informação aos Conselhos Locais de Ação Social (CLAS) ou Núcleos de Planeamento e Intervenção Sem-Abrigo (NPISA) dos 278 concelhos, tendo obtido 277 respostas, correspondendo a 99,6% dos municípios. A autarquia de Santa Comba Dão não respondeu.

Não foram consideradas as respostas de Estremoz, Faro e Portimão “por se ter verificado que não correspondem ao número de pessoas em situação de sem-abrigo nesses territórios”.

Lisboa foi concelho que registou mais pessoas na condição de sem-abrigo (3.378), seguido de Beja (597), Porto (597) e Moura (559).

O desemprego ou precariedade no trabalho (3.290), a dependência de álcool ou de substâncias psicoativas (2.983) e a ausência de suporte familiar (2.926) são principais causas.

A maior parte das pessoas em situação de sem-abrigo (72%) são homens entre os 45 e os 64 anos e o Rendimento Social de Inserção (RSI) é a fonte de rendimento mais mencionada (47%).

O documento da ENIPSSA assinala ainda que prevalece a naturalidade portuguesa (64%), enquanto a naturalidade de 12% das pessoas na condição de sem-abrigo é desconhecida.

Também foram identificados 1.540 casais, dos quais 1.198 sem-teto e 342 sem casa.

No ano passado foram ainda sinalizadas 987 pessoas que conseguiram deixar a situação de sem-abrigo e obtiveram uma habitação permanente, das quais 310 na Área Metropolitana de Lisboa (AML).

Todavia, foi na região Norte que se verificou mais pessoas a conseguirem encontrar casa (347), seguida da AML, do Centro (213), do Algarve (63) e do Alentejo (54).