A rota migratória do Mediterrâneo Central para a Europa, cujos principais pontos de partida são a Tunísia e a Líbia, custou a vida a 955 homens, mulheres e crianças, enquanto outras 1.316 pessoas continuam desaparecidas, o que torna este ano no mais mortal desde 2017, segundo dados da organização não-governamental (ONG) internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF), também hoje citados pelas agências internacionais.
A MSF responsabilizou as políticas europeias de não-assistência e de externalização fronteiriça pelo último naufrágio na costa da Líbia, no passado dia 16, no qual morreram 61 migrantes, a maioria dos quais provenientes da Nigéria e da Gâmbia.
A ONG publicou recentemente um relatório no qual denunciou abusos e maus-tratos contra requerentes de asilo e migrantes em centros de detenção de Tripoli, a capital da Líbia, onde milhares de pessoas são detidas arbitrariamente.
As organizações não-governamentais de defesa dos direitos humanos contestam a expulsão para a Líbia de migrantes que chegam à Europa sem documentos, considerando tratar-se de “um país inseguro” e instaram a União Europeia (UE) e as Nações Unidas a “reverem urgentemente — e, se necessário, suspenderem — os atuais acordos de cooperação com as autoridades líbias” relativas a interceções no Mediterrâneo.
Em 2021, um total de 32.425 migrantes foram devolvidos à Líbia, e em 2022 foram 24.684, segundo dados da OIM, que estima que mais de 700 mil migrantes de cerca de 40 nacionalidades residam neste país do norte de África.
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