Na véspera de arrancar a campanha de vacinação outono-inverno de 2024-2025, Ema Paulino realçou à agência Lusa o reforço do número de farmácias participantes relativamente ao ano passado, em que participaram 2.494, e o alargamento da cobertura no país.

“[Na campanha anterior] tínhamos estado em praticamente todos os concelhos do país, aproximadamente 99% dos concelhos, este ano, se não chegarmos aos 100%, estaremos lá muito perto. Portanto estamos muito satisfeitos com a mobilização das farmácias”, salientou.

As farmácias vão funcionar em complementaridade com os centros de saúde, administrando as vacinas a utentes entre os 60 e os 84 anos e aos seus profissionais de saúde.

Sobre como as pessoas devem fazer para se vacinar na farmácia, a presidente da ANF disse que “o ideal será dirigirem-se à farmácia da sua preferência e agendar” ou serem logo vacinadas.

“Há muitas farmácias que têm o sistema montado em que a pessoa (…) pode ser automaticamente vacinada” e há também uma plataforma de agendamento ‘online’ em que as pessoas podem agendar o dia, a hora e a farmácia que pretendem.

Questionada sobre a decisão do Governo de os maiores de 85 anos só poderem ser vacinados nos centros de saúde, Ema Paulino afirmou que foi uma decisão do Ministério da Saúde e que as farmácias estão “disponíveis para participar na campanha nos moldes que foram definidos”.

“Temos um grupo conjunto com as estruturas do Ministério da Saúde em que vamos acompanhando as taxas de cobertura e estou certa de que, se forem identificadas barreiras nessa população, poderão ser implementadas oportunidades de melhoria, permitindo eventualmente que essas pessoas também se possam vacinar nas farmácias”, adiantou.

Ema Paulino realçou ainda a importância da vacinação para prevenir a doença ou evitar as suas formas graves e até mesmo a morte.

“Sabemos que existe uma maior hesitação vacinal, com algumas pessoas a recusarem mesmo ser vacinadas”, não percecionando o risco de não serem vacinadas.

Reforçou ainda que as vacinas são “completamente seguras”, pois já foram testadas em populações muito grandes”, havendo por isso “uma enorme segurança associada à sua utilização”.

“O Serviço Nacional de Saúde fez um investimento em vacinas para prevenir estas doenças e poder também assegurar uma melhor resposta dos serviços de saúde durante o inverno”, em que existe sempre “um pico de procura”.

As farmácias comunitárias vão receber três euros por cada vacina administrada e poderão receber mais 11 cêntimos para compensar os custos inerentes à gestão de resíduos, desde que seja assegurada uma taxa máxima de inutilização de doses de vacinas (1,5%), correspondente àquela que é igualmente assegurada no contexto das entidades do Serviço Nacional de Saúde.

Segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS), foram adquiridas 2,1 milhões de vacinas contra a covid-19 e 2,5 milhões de vacinas contra a gripe para Portugal Continental (2,1 milhões dose padrão e 360 mil vacinas de dose elevada).

Este ano, a vacinação contra a gripe com dose reforçada é alargada às pessoas com 85 ou mais anos de idade, para além das pessoas residentes em lares de idosos, similares e rede nacional de cuidados continuados integrados (RNCCI).

O Governo vai gastar 7,6 milhões de euros com a vacinação contra a covid-19 e a gripe nas farmácias e quer ter mais pessoas vacinadas até ao final de novembro do que em 2023.

HN // FPA

Lusa/Fim