De acordo com o coordenador da Fiequimetal (Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Química, Farmacêutica, Eléctrica, Energia e Minas), Rogério Silva, os trabalhadores exigem uma subida de 15% e de pelo menos 150 euros “para fazer face ao aumento do custo de vida”.
“Queremos que a CIP diga às associações patronais dos nossos setores de atividade para negociar, porque nós queremos negociar”, afirmou, acrescentando que, no entanto, não vão compactuar com “horários desregulados, bancos de horas, adaptabilidades ou poder absoluto para o patrão para decidir a vida de cada um”.
Nesse sentido, apontou que o que estão a reivindicar é o que é “justo por direito”.
A secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, registou que 14% dos custos das empresas são com salários. “Não podem aumentar esse valor para 15% ou 16%?”, perguntou, de forma retórica.
“Nós estamos aqui à porta da CIP, como estivemos à porta de centenas de empresas de centenas de serviços do Governo a exigir essa política alternativa que garanta, de facto, a valorização do trabalho, dos trabalhadores, dos salários, das carreiras e das profissões e a negociação da contração coletiva efetiva”, defendeu a responsável sindical.
Durante a ação de protesto foi apresentada e votada – a favor, de forma unânime -, uma moção que seria levada à CIP.
A moção pedia aumentos salariais de 15% e não inferiores a 150 euros, valorização dos trabalhadores, harmonização dos horários de trabalho e a negociação da contratação coletiva efetiva.
Depois de ter sido entregue, e enquanto discursavam elementos dos sindicatos integrantes da Fiequimetal, o presidente da CIP, Armindo Monteiro, desceu da sede da confederação, sob fortes assobios por parte dos manifestantes.
De acordo com Rogério Silva, o presidente da CIP interpelou alguns dos representantes, que convidou para uma conversa.
Entre os vários manifestantes, Lúcia Silva, que trabalha na Visteon Portugal há 30 anos, considerou que face aos lucros da empresa, esta tem condições para aumentos superiores aos 30 ou 40 propostos.
“Nós queremos mais, nós precisamos de mais. Eles têm lucros, têm que dividir connosco, é isso que nos traz aqui”, defendeu a trabalhadora da empresa que atua no setor dos materiais elétricos.
Os trabalhadores da Visteon já apresentaram um caderno de reivindicações, esperando agora a resposta da empresa para “começar mesmo a sério” as negociações, depois de em 2023 terem conseguido negociar um aumento de 40 para 80 euros.
Fernando Prudêncio, de uma empresa de plásticos para produtos alimentares, trabalha há quase 20 anos no setor e, apesar de ter conseguido aumentos de 150 euros em dois anos consecutivos — após nove anos congelados -, esteve em Lisboa “para apoiar outros que até à data ainda não conseguiram um aumento, ou que então conseguiram um aumento de cinco euros, que é irrisório”.
Fernando Prudêncio lamentou que o atual quadro dos setores seja “bastante mau para a juventude”.
“A precariedade está a atingir bastante os jovens, que querem fazer a vida deles, querem começar a vida deles, não têm um trabalho seguro”, lamentou.
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