Segundo um comunicado do Ministério, citado pela AFP, 25 agentes da polícia ficaram feridos na manifestação contra a ratificação do acordo que prevê a alteração do nome da Antiga República Jugoslava da Macedónia para Macedónia do Norte.
O centro de primeiros socorros adiantou que, pelo menos, dois manifestantes foram hospitalizados devido a problemas respiratórios.
Inicialmente, o Ministério tinha anunciado que dez polícias tinham ficado feridos.
Durante a manifestação houve confrontos entre agentes de segurança e jovens encapuzados, que se conseguiram infiltrar no protesto e atiraram projéteis, enquanto tentavam forçar a entrada no parlamento.
A tropa de choque respondeu com gás lacrimogéneo, que resultou na dispersão de muitos manifestantes, que estavam a sufocar devido ao fumo.
Os grupos de manifestantes violentos atacaram uma equipa de televisão pública, ferindo um operador de câmara e provocando danos no equipamento. Um fotojornalista ficou ferido na cara.
Tanto o principal partido da oposição, os conservadores Nova Democracia, como o partido neonazi Aurora Dourada argumentaram que, por trás dos ataques, estavam grupos de esquerda e forças "provocadoras" relacionadas ao Governo do Syriza.
O Governo grego referiu, em comunicado, que as altercações foram perpetradas por seguidores da extrema-direita.
Em causa está o acordo que visa a alteração do nome da Antiga República Jugoslava da Macedónia para Macedónia do Norte, uma disputa que dura há 27 anos, desde que a Macedónia declarou independência da Jugoslávia.
No entanto, os gregos estavam contra a nova designação, uma vez que têm uma região no norte chamada Macedónia.
No sábado, o Governo grego remeteu ao parlamento o acordo sobre a alteração do nome da Macedónia, dando assim início ao processo.
Na segunda-feira, o parlamento grego vai reunir-se para estabelecer o calendário de sessões das comissões de Defesa e Assuntos Externos, encarregue de discutir o texto antes do debate final no plenário, previsto para o final da próxima semana.
Em 11 de janeiro, o parlamento da Macedónia alterou algumas emendas da Constituição, de modo a poder alterar o nome do país, deixando assim nas mãos da Grécia o último passo para a concretização do acordo de Prespa.
Este documento vai também permitir a possibilidade de entrada da Macedónia do Norte na Organização do Tratado Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) e de início do processo de adesão à União Europeia.
Apesar de a grande maioria da oposição estar contra este documento e da coligação com os nacionalistas Gregos Independentes ter-se rompido na semana passada por esta questão, o Governo de Alexis Tsipras espera o apoio da maioria absoluta da câmara – 151 deputados -, tal como conseguiu um voto de confiança na passada quarta-feira.
[Notícia atualizada às 20:38]
Comentários