"A discussão sobre a recondução ou não da atual Procuradora-Geral da República não pode ser 'cortina de fumo' para enfraquecer ainda mais os serviços do Ministério Público e dos tribunais", diz o sindicato em comunicado, indicando que no último movimento anual, concluído este mês, o Governo promoveu, para servir todo o país, 11 técnicos de justiça principal, sendo que, desses, cerca de 30% serão mantidos em comissões de serviço, afastados das secções de processos.
"Como é possível, perante tal realidade, fornecer respostas eficazes e eficientes aos milhares de inquéritos", alerta o SOJ, sublinhando que "importa denunciar a realidade dos factos" para que o atual/futuro PGR tenha "condições imprescindíveis para um desempenho de qualidade, criando as expectativas, alcançando metas e os resultados esperados".
O SOJ entende que a realização da justiça e a independência dos tribunais "passa igualmente pelas suas secretarias", pelo que "intervir, desequilibrando o seu funcionamento, condiciona a realização da justiça e determina quem perde: a própria justiça".
"Afastar o mérito e privilegiar a escolha de pessoas para os lugares, nomeadamente de chefia, desmotivar, desqualificar e diminuir os quadros das secretarias dos tribunais e serviços do Ministério Público, poderão servir alguns interesses, mas não servem a justiça, nem tão pouco o país e a democracia", refere o comunicado do SOJ.
O sindicato conclui que o Estado tem de "garantir o normal funcionamento das secretarias dos tribunais".
Entretanto, a escolha do próximo PGR ou manutenção da atual em decisão que envolve o Governo e o Presidente da República deverá estar para breve, segundo avançou hoje a ministra da Justiça, terminando em 12 de outubro o mandato de seis anos de Joana Marques Vidal.
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